Senador Aécio Neves demonstrou preocupação com pedido de prisão de Lula.| Foto: George Gianni/ PSDB/Fotos Públicas

Na oposição, o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é visto como uma consequência da reação extremada de apoiadores dele ao pedido de condução coercitiva feito pelo juiz Sergio Moro.

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Para os líderes, ao tomar tal atitude, os procuradores de São Paulo têm elementos de culpa formada. No entanto, o PSDB reagiu com cautela sobre o pedido.

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Na avaliação da cúpula do partido, pedir a prisão de um ex-presidente da República ainda na fase inicial de investigação seria uma medida extrema. Há ainda o temor do arrefecimento dos ânimos, às vésperas das manifestações de domingo.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), conversou com alguns tucanos e demostrou preocupação, segundo parlamentares. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, disse que esse pedido de prisão é algo inusitado.

“Diante das circunstâncias que o país vive e o aumento da temperatura, o pedido de prisão ainda na fase de inquérito de um ex-presidente da República parece uma medida extrema. Não é um momento banal e é preciso que todos tenham consciência da gravidade do momento”, disse Cássio.

Ele disse ainda que é preciso não se “acirrar” os ânimos neste momento e que deve ser mantida a questão na esfera policial e da Justiça e não na esfera política.

Nos bastidores, integrantes da oposição entendem que se impõe, neste momento, que os procuradores apresentem, de forma célere à opinião pública, as provas que justifiquem o convencimento da medida contra Lula.

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O DEM também adotou cautela. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), não quis comentar, afirmando que prefere aguardar a decisão judicial. Para o presidente nacional do DEM e vice-líder da legenda no Senado, José Agripino Maia (RN), a crise sem precedentes vivida no país e a reação de estímulo ao confronto geradas pela condução coercitiva de Lula pode ter motivado esse novo pedido de prisão preventiva. Agripino disse que o momento recomenda sensatez e respeito às instituições.

“Estamos vivendo uma crise sem precedentes em que uma condução coercitiva provocou reações de estímulo a um confronto. O pedido de prisão não é de um, mas de três procuradores que devem ter elementos de culpa formada para tomar essa atitude que evidentemente, pela circunstância de quem se trata, é extrema. Tomam essa atitude para que as investigações possam chegar a termo. O que nos resta agora é aguardar a definição da juíza”, disse Agripino, acrescentando:

“A hora recomenda reflexão, sensatez e apoio às instituições para que elas cumpram o seu dever.”

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O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA) também ressalta a solidez das instituições:

“Para chegar a esse ponto acredito que o Ministério Público estadual tenha reunido comprovações suficientes de prática de delito até porque os indícios de provas materiais reveladas nos últimos dias são bastante robustas. A reação que nós vimos ( à condução coercitiva), foram manifestações de correligionários ligados ao ex-presidente. Acho que o país é bastante maduro, temos uma democracia consolidada e as instituições funcionamento plenamente.”

Segundo interlocutores da oposição, os procuradores de São Paulo não têm a aura de respeitabilidade de Moro e a reação dos petistas deverá ser bem mais forte e com resultados imprevisíveis.