• Carregando...
Protesto em Curitiba durante a chegada de José Dirceu à sede da Polícia federal. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Protesto em Curitiba durante a chegada de José Dirceu à sede da Polícia federal.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O ex-ministro da Casa Civil (governo Lula) José Dirceu desembarcou no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, às 16h40 desta terça-feira (4). O petista foi preso na segunda-feira (3), em Brasília, durante a na 17.ª fase da Operação Lava Jato. Dirceu já está na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde foi recebido sob gritos de “ladrão” e “vagabundo”.

Cerca de 50 manifestantes, abraçados a bandeiras do Brasil e com buzinas, apitos e faixas elogiando a Justiça e a Polícia Federal, foram ao local para aguardar a chegada do ex-ministro. Com gritos e palavras de ordem, o grupo protestou também contra o governo Dilma Rousseff. Estouraram fogos de artifício, mas não tiveram nenhum contato com o ex-ministro.

Investigados na Lava Jato doaram para filho de Dirceu, deputado pelo Paraná

Zeca Dirceu recebeu doações para a campanha de 2010

Leia a matéria completa

Para driblar a imprensa e os manifestantes, parte do comboio da PF foi para frente do sede da superintendência. Quando todos seguiram a mesma direção, o carro que transportava Dirceu entrou pelos fundos do prédio. “José Dirceu ladrão, o seu lugar é na prisão”, gritou outro. “Polícia Federal, orgulho nacional”, afirmava outro grupo.

Entre os manifestantes, havia integrantes de movimentos organizados, como o Acorda Brasil, o Movimento Brasil Livre e o Direita Curitiba. Outros diziam ter ido sozinhos. “É o primeiro dos grandes. Se o povo não vier apoiar, pode acabar em pizza”, disse a psicóloga Liliana Padilha, 53, que estava desde as 15h na PF com o marido, o engenheiro aposentado Carlos Padilha, 58 anos.

“É o cabeça do esquema. Que maravilha ele estar preso”, elogiava a dona de casa Rosane Sachet, 61 anos, abraçada a uma bandeira do Brasil.

Até mesmo os servidores da PF saíram do prédio ou se posicionaram nas janelas para acompanhar a chegada do ex-ministro.

Dirceu cumpria prisão domiciliar desde novembro em Brasília pela condenação no escândalo do mensalão. Sua transferência a Curitiba foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele irá permanecer detido na carceragem da PF, no bairro Santa Cândida, a oito quilômetros do centro da cidade.

No local, já estão outros 14 presos da Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, além dos outros sete detidos na última fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda (3).

Na carceragem da PF, a comida é servida três vezes por dia, com talheres de plástico. Os presos têm direito a uma hora de sol diariamente, e precisam limpar a própria cela. Às quartas-feiras, eles recebem visitas de familiares e amigos. Conversam por cerca de meia hora em um parlatório, por meio de um telefone, separados por um vidro.

Mal estar

Nesta segunda, Dirceu chegou ao prédio da PF queixando-se de mal estar e solicitou a presença de um médico de sua confiança. Segundo o delegado da Polícia Federal, Luciano Lima, foi constatado que o ex-ministro -que já esperava que fosse preso estava com pressão alta. Ele foi medicado e passa bem.

O delegado relatou ainda que Dirceu comeu a mesma marmita que os demais presos, porém, sem sal, em virtude de sua condição de saúde.

No final da tarde desta segunda, o petista recebeu a visita de sua companheira, Simone Patrícia Tristão Pereira. Ela levou roupas e roupas de cama para Dirceu.

Como foi examinado na superintendência, o ex-ministro não precisou fazer exame corpo de delito.

O caso

O ex-ministro está sob investigação por suposto recebimento de propinas disfarçadas na forma de consultorias, por meio de sua empresa JD assessoria, já desativada. Dirceu cumpria prisão domiciliar por sua condenação no processo do mensalão.

A Polícia Federal (PF) incluiu a JD Assessoria e Consultoria em um grupo de 31 empresas “suspeitas de promoverem operações de lavagem de dinheiro” em contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco – construção iniciada em 2007, que deveria custar R$ 4 bilhões e consumiu mais de R$ 23 bilhões da Petrobras.

Além dele, também foram presos o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, o ex-assessor de Dirceu, Roberto Marques, e o dono da empresa de informática Consist, Pablo Kipersmit.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]