O doleiro Alberto Youssef confirmou, em depoimento ao juiz Sergio Moro, nesta quarta-feira (24), que foi intermediador de repasses para o ex-deputado André Vargas (sem partido). Youssef participou da oitiva como testemunha de acusação na ação que trata do suposto envolvimento do ex-deputado no esquema investigado pela Operação Lava Jato. Também são réus do processo o irmão do ex-parlamentar, Leon Vargas, e o publicitário Ricardo Hoffmann.
Youssef afirmou que fez a entrega de duas remessas de dinheiro em espécie que seriam destinadas ao ex-deputado – uma delas em São Paulo, no escritório do deputado federal José Mentor (PT-SP), e outra em Brasília, sem especificar o local. O doleiro disse não se recordar, porém, da quantia entregue em cada uma das ocasiões.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga a possibilidade de lavagem de dinheiro de R$ 2,3 milhões por meio de contratos fictícios da empresa IT7 Sistemas com a Caixa Econômica Federal. A empresa seria de propriedade de Leon Vargas e usada como “duto” de propina pelo ex-parlamentar.
No depoimento, o doleiro confirmou que Leon pediu a ele que fizesse o recebimento de uma empresa para fazer a emissão de notas fiscais para “fazer reais”. “E assim foi feito, em dezembro de 2013”, disse Youssef durante o depoimento. Depois da operação ter sido feita, Youssef afirmou ter conversado com Leon e ouvido dele que o dinheiro seria destinado a André Vargas.
Relação pessoal
Youssef afirmou ainda que conhece Vargas “há mais de 20 anos”, mas que sua relação com ele se intensificou a partir de 2013, quando o doleiro pediu ao então deputado que intermediasse uma reunião dele com o Ministério da Saúde, para tratar de possíveis contratos de uma empresa de propriedade do doleiro – a Labogen, que também têm contratos investigados pela Operação Lava Jato. “Isso foi feito, mas não vi ilicitude nenhuma nisso”, declarou.
Como o caso do monitoramento do Pix virou uma enorme derrota para o governo Lula
Big Brother tributário: revogação de norma do Pix não reduzirá fiscalização da Receita
Mesmo com vetos, Propag ainda é ótimo negócio para estados endividados
Israel acusa Hamas de recuar no acordo de trégua e adia votação do governo