A presidente Dilma Rousseff reuniu-se por mais de cinco horas hoje com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa extensa avaliação sobre o cenário eleitoral de 2014, a composição de chapas de oposição e a situação do governo nesta etapa pós-manifestações.
É o primeiro encontro da presidente com seu principal conselheiro político desde a composição da chapa entre os ex-ministros do governo Lula Marina Silva (PSB-AC) e Eduardo Campos (PSB-PE), no fim de semana passado.
Hoje à tarde, ao lado de seu marqueteiro, João Santana, do ex-ministro Franklin Martins, do ministro Aloizio Mercadante (Educação), do presidente do PT, Rui Falcão, e de seu chefe de gabinete, Giles Azevedo, a presidente ouviu de Lula elogios e observações em relação à condução de projetos importantes para o governo, como o Mais Médicos e os royalties para a educação, ao seu discurso contra os casos de espionagem dos Estados Unidos no Brasil na Assembleia da ONU, no mês passado, e à costura de seus palanques regionais.
"Em relação às eleições, a avaliação que foi feita é que nós temos muito tempo ainda. Sinceramente, nós estamos menos preocupados com como é o quadro dos outros concorrentes, com outras candidaturas, quem será, isso não está totalmente definido, é apenas uma tendência hoje. Em relação às outras duas candidaturas nós podemos ter mudanças ainda, inclusive nessas candidaturas", disse Mercadante.
O governo trabalhava até a semana passada com três candidaturas de oposição para as eleições do ano que vem e foi surpreendido com a nova composição entre os socialistas. A retirada de um oponente delineou, segundo o ministro, um novo cenário, ainda indefinido.
"Nós tínhamos uma candidatura com um patamar acima de 20[%] que aderiu a uma candidatura num patamar em torno de 5. É uma novidade política, de qualquer forma, precisa ver como isso vai evoluir. Então não está claro, são muitas ainda as questões em aberto nessa possibilidade de uma única candidatura."
"Acho que nós temos muito tempo. Mesmo porque, se você me perguntasse há uma semana, nós não imaginávamos que seriam só dois candidatos. E podemos ter outras surpresas ao longo do processo, candidaturas menores. Acho que os principais candidatos estão postos hoje", disse Mercadante.
"O foco principal para quem é governo é a qualidade do governo. Isso que trará nossa vitória, nisso que nós estamos seguros, por isso nós temos um leque de alianças muito amplo, muito sólido, muito consolidado com os principais partidos do país. É cedo pra gente desenhar e a gente tem que olhar para a qualidade do governo."
"É nisso que o governo está focado, é nisso que nós estamos trabalhando e é essa prioridade da presidente e é por isso que ela é só beijos", disse ainda. Questionado se conversaram sobre uma eventual reforma ministerial, Mercadante disse que isso não foi tratado, mas que só fará uma dança das cadeiras na Esplanada no fim do ano, "para todos aqueles ministros que serão candidatos saiam a tempo de poder construir suas candidaturas e que a gente entre em 2014 com o time renovado e focado nas prioridades do governo".
Enquanto a reunião ocorria no Palácio da Alvorada, no Palácio do Planalto Dilma atrasou sua agenda oficial. Estava marcada para as 15h uma audiência com o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que ficou esperando até as 18h para ser atendido. O encontro com seus conselheiros políticos não consta de sua agenda oficial.
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