Em crise e sob ameaça de perder sua principal estrela, o prefeito Gilberto Kassab (SP), o oposicionista Democratas elegeu nesta terça-feira o novo presidente da legenda, senador José Agripino (RN), candidato de consenso da legenda.
Como a convenção foi antecipada, o mandato-tampão da nova executiva vai até dezembro deste ano.
Agripino disse, antes do início da convenção, que "todos os partidos têm divergências e o DEM não é uma exceção". O senador afirmou que pretende renovar todos os diretórios regionais e colocar as ideias do partido "à frente dos interesses pessoais".
De saída do comando do partido, o deputado Rodrigo Maia (RJ), na presidência desde 2007, disse que acredita que a oposição pode ter um projeto vitorioso ao final do mandato da presidente Dilma Rousseff, em 2014.
"O governo vai ficar 12 anos no poder (entre Lula e Dilma) e eu tenho certeza que podemos construir um projeto nosso", disse Maia em breve discurso ao transmitir o cargo a Agripino.
Maia foi criticado por vários membros do partido pela condução da aliança com o PSDB nas eleições presidenciais do ano passado.
A senadora Katia Abreu (TO), que chegou a cogitar a saída da legenda, disse que Agripino merece um voto de confiança, mas que cobrará do novo dirigente a eleição democrática nos diretórios regionais.
"Tivemos um mau resultado em 2010 por causa da má gestão do presidente Rodrigo Maia. Ele se apoiou em lideranças cartoriais nos Estados e fez um acordo para não mudar os diretórios", atacou a senadora.
Maia reagiu. "Eu aceito as críticas e não são elas que vão diminuir o trabalho que eu fiz dentro do partido", respondeu.
Kassab, que poderá se alinhar com a base do governo federal, não compareceu à convenção.
O DEM, que vem reduzindo espaço nas eleições, nasceu em 1985 como Partido da Frente Liberal (PFL), dissidência do extinto Partido Democrático Social (PDS), descendente direto da Arena, que dava sustentação ao regime militar. O nome DEM surgiu em 2007.