Embora já fosse esperada, a prisão do ex-ministro José Dirceu pegou ontem de surpresa o Palácio do Planalto por ocorrer justamente na volta do recesso parlamentar, em meio ao esforço do governo para tentar recuperar a governabilidade e melhorar o ambiente político. A estratégia do Planalto é tentar se descolar do episódio, em uma tentativa de blindar a presidente Dilma Rousseff desse desgaste.
O Planalto teme que a prisão de Dirceu sirva de combustível para as manifestações contra o governo marcadas para o próximo dia 16, ao alimentar o sentimento antipetista, e para os pedidos de impeachment protocolados na Câmara. A preocupação é não deixar essa nova etapa da Operação Lava Jato ofuscar ações “positivas” preparadas para os próximos dias, como a celebração hoje dos dois anos do programa Mais Médicos.
Ontem, durante a reunião da coordenação política com a presidente, segundo relatos, os participantes procuraram não tocar no assunto com Dilma, até para não se tornar tema oficial do encontro. Mas, de acordo com um integrante do Planalto, houve comentários sobre o tema feitos por alguns dos participantes em conversas paralelas.
Após a reunião, o ministro da Defesa, Jaques Wagner disse que, apesar das investigações, o país tem que continuar funcionando normalmente, de modo que se crie um ambiente atrativo para investidores econômicos. “Precisamos ter dois canais paralelos: as investigações seguem e o país também segue, funcionando e com a economia funcionando. O ambiente é que a gente tem que tentar melhorar, para poder estimular investidores e a economia”, afirmou.
O ministro admitiu que dorme e acorda com notícias de prisões de envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, o que gera no governo preocupação do ponto de vista da retomada do crescimento econômico.
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