Em seus quase 12 anos como ministro do Supremo (completará em 25 de junho), Joaquim Barbosa colecionou bate-bocas, discussões ríspidas, trocas de ameaças, ofensas e até um princípio de confusão.
Marco Aurélio Mello foi um dos ministros que tiveram acaloradas discussões com Barbosa no Supremo. Em 2004, Barbosa chegou a chamar o colega para "resolver a questão fora do tribunal". Já em 2008, após declarar não ser um "negro submisso", Marco Aurélio disse que o colega era complexado.
Eros Grau, aposentado do STF em 2010, também foi alvo do estilo agressivo de Barbosa, e chegou até a abandonar uma sessão. No ano 2008, um episódio quase terminou em violência, após Eros autorizar a soltura de um preso, Barbosa teve de ser contido ao partir para cima do colega, proferindo ofensas como "burro" e "velho caquético". Teve que ouvir como resposta um irônico: "Para quem batia na mulher, não seria nada estranho que batesse em um velho também".
Em discussões com o ex-presidente Gilmar Mendes, acusou: "Vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro" e completou: "Quando se dirigir a mim, não pense que está falando com seus capangas de Mato Grosso". Em outra ocasião, ouviu: "Vossa Excelência tem complexo! Por isso que vive falando em República das Bananas!".
O "rival" de maior destaque, no entanto, foi Ricardo Lewandowski, que desde o início do processo do mensalão travou inúmeros debates, muitas vezes extrapolando para ofensas, como quando Barbosa, já no cargo de presidente do Supremo, acusou o colega de fazer chicanas, ou seja, de ficar enrolando. Após o fim do julgamento, Barbosa ainda revogou decisões de Lewandowski sobre o caso, causando desconforto entre os demais ministros do colegiado.
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