Na primeira reunião de líderes partidários depois da denúncia do Ministério Público Federal, o líder do PSol na Câmara, Chico Alencar (PSol-RJ), ficou novamente isolado ao defender que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se licencie do cargo.
Segundo Alencar, nem Cunha nem os demais líderes tocaram no assunto e não se pronunciaram quando ele falou da gravidade da denúncia e sugeriu o afastamento do peemedebista. Segundo um dos dirigentes, os líderes combinaram de ignorar e não dar prosseguimento ao assunto. Na quinta-feira, Alencar e outros parlamentares defenderam publicamente a saída de Cunha do cargo.
“Foi a primeira reunião do colégio de líderes que o presidente abriu na condição de denunciado. Agiu como se nada tivesse acontecido, tocando a pauta. Eu pedi a palavra e disse que estava me sentido um lunático, um aluno de um colégio de líderes que não entende a língua falada. O Ministério Público fez uma denúncia robusta contra o presidente e é patético que ninguém toque nesse assunto. Achamos gravíssimo e defendemos que o presidente saia da função, até para se defender”, disse Chico Alencar.
Cunha não respondeu e os demais líderes presentes seguiram com as pautas, sem qualquer referência à denúncia ou à fala do líder do PSol. Na reunião, não estavam presentes todos os líderes. Muitos partidos mandaram vice-líderes, como o PMDB e o PSDB. A denúncia foi discutida em um jantar entre Cunha e a maioria dos líderes partidários, sem que estivessem presentes, no entanto, dirigentes do PSol, PT, PDT, PCdoB e PPS. No encontro, o presidente da Câmara reafirmou que as provas contra ele são inconsistentes e a maioria concordou com ele.
O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), criticou a atitude de Chico Alencar e disse que são apenas “palavras ao vento”:
“São palavras ao vento, buscando espaço para se projetar em cima da possível desgraça dos outros. Gosto de me qualificar pelo sucesso e pela vitória do outro e não pela desgraça.”
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