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Pagamentos

A lista dos pagamentos a ano a ano, de acordo com levantamento da CGU, por enquanto, é a seguinte:

2000 – R$ 13,2 milhões

2001 – R$ 17,8 milhões

2002 – R$ 22 milhões

2003 – R$ 6,5 milhões

2004 – R$ 15,5 milhões

2005 – R$ 9,4 milhões

2006 – R$ 18,7 milhões

A CGU também listou os principais convênios com Estados e municípios implicados na Operação Navalha:

- Para o estado de Alagoas – Sistema Pratagy: convênio no valor de R$ 77,8 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram liberados;

- Para o estado de Sergipe – Adutora do Rio São Francisco: convênio no valor de R$ 68,4 milhões, dos quais R$ 42,9 milhões foram liberados;

- Para a prefeitura de Camaçari (BA): convênio no valor de R$ 11,5 milhões, dos quais R$ 1,95 milhão foi liberado.

Um levantamento preliminar da Controladoria Geral da União (CGU) sobre contratos assinados pelo governo federal, estados e municípios que envolvem a construtora Gautama, alvo de Operação Navalha, da Polícia Federal, mostra que a União pagou R$ 103,1 milhões à empresa de 2000 a 2006, por serviços prestados. O levantamento é uma tentativa de mostrar que a construtora já era beneficiada por obras na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Enquanto isso, a suposta proximidade entre Zuleido Zoares Veras, dono da Gautama, e políticos das mais variadas esferas ameaça criar novos constrangimentos.

Segundo a revista "Veja", em novembro do ano passado, Zuleido emprestou uma lancha de US$ 1,5 milhão ao governador da Bahia, Jaques Wagner, que a teria usado num passeio em que levou a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Além disso, uma lista de propinas pagas a políticos sugere que o escândalo pode atingir o Congresso em cheio.

Contas

Segundo informações do site da CGU, no total a empresa firmou contratos no valor de R$ 157 milhões diretamente com o governo federal. Desse valor, "R$ 142,8 milhões correspondem a contratos celebrados entre os anos de 2000 a 2002 e R$ 13,2 milhões contratados entre 2003 e 2006". Um levantamento do "valores efetivamente pagos revelou o total de pagamentos no mesmo período (2000 a 2006) de R$ 103,1 milhões", disse a CGU.

Neste sábado, o último foragido da operação entregou-se à Polícia Federal. Zaqueu de Oliveira Filho era funcionário da prefeitura de Camaçari. Diferentemente do que havia sido divulgado pela PF, Zaqueu não fora preso na última quinta-feira. Nesta manhã, a movimentação foi grande na Superintendência da PF, e advogados de presos chegaram se queixar de dificuldade de acesso aos clientes. Os presos estão reunidos em grupos nas celas e só podem falar com os advogados no parlatório, utilizando telefones. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes deve julgar no sábado alguns pedido de habeas-corpus feitos pelos advogados.

Congresso

O escândalo investigado pela Operação Navalha, da Polícia Federal, deve chegar ao Congresso e aumentar o número de suspeitos. A PF encontrou no escritório da Gautama, em Salvador, uma pasta de arquivos com uma relação de parlamentares. Ao lado dos nomes dos políticos, aparecem indicações de emendas para liberar recursos para obras da construtora, suspeita de chefiar um esquema de fraudes no governo federal, e em governos estaduais e municipais, para obter lucros na execução de obras públicas. E junto aos nomes, valores em dinheiro ou presentes. A polícia vai investigar a lista. De acordo com o relatório da PF, as propinas para os acusados variavam de dinheiro a ingressos para o carnaval.

Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o bloqueio dos bens do atual governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e de todos os demais 47 políticos, empresários e lobistas acusados de envolvimento na quadrilha desbaratada pela Operação Navalha. O governador não foi preso e classificou esta possibilidade como absurda. Lago também deve ser denunciado ao STJ pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, como um dos beneficiários da organização. Ele é suspeito de envolvimento com a quadrilha de fraudes e licitações públicas comandadas pela Gautama.

Relatório reservado da Polícia Federal sustenta que Zuleido Soares Veras, dono da empresa, teria pago R$ 240 mil em propina a Lago no dia 21 de março, num hotel em Brasília. O pagamento teria sido feito por intermédio de Francisco de Paula Lima e Alexandre Lago, sobrinhos do governador. Os dois estão presos na carceragem da PF em Brasília desde quinta-feira. No inquérito, há a transcrição de gravações telefônicas em que um deles negocia o recebimento de propina com uma funcionária da Guatama.

"Decreto a indisponibilidade dos bens imóveis de todos os investigados, como o requerido pelo MPF (Ministério Público Federal)", escreveu a ministra do STJ Eliana Calmon, no despacho de prisão dos acusados.

Até a noite desta sexta-feira, quatro pessoas que tiveram a prisão decretada pelo tribunal haviam conseguido habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) e no próprio STJ. O primeiro contemplado foi Ulisses César Martins de Sousa, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ex-procurador-geral do Maranhão, que ainda não tinha sido preso.

O segundo foi Flávio Conceição de Oliveira Neto, conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe e ex-chefe da Civil do então governador João Alves Filho, que foi liberado. Também foram soltos o ex-deputado federal pelo Sergipe José Ivan de Carvalho Paixão, e o secretário de Infra-Estrutura do Maranhão, Ney Barros Bello.

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