A Operação Tabela Periódica, desdobramento da Lava Jato deflagrado nesta quinta-feira (30) que apura um esquema de corrupção em obras de ferrovias federais, investiga a empreiteira paranaense CR Almeida. Segundo a Polícia Federal (PF) de Goiás, que conduz a operação, foram expedidos mandados de condução coercitiva em Curitiba e Pinhais de três funcionários da construtora.
Os funcionários alvos da condução coercitiva são Denise Moraes Carvalho, que atuava como gerente de planejamento e controle na empresa; Hélio Carrijo da Cunha, diretor-administrativo; e Raul Clei Siqueira, que atuava no ramo de engenheira de obras.
Operação derivada da Lava Jato investiga desvios em obras ferroviárias
Leia a matéria completaA operação investiga desvios de dinheiro público na obra da ferrovia Norte-Sul. A investigação já aponta prejuízos aos cofres públicos de R$ 631,5 milhões, considerando somente trechos executados na Norte-Sul, em Goiás.
O objetivo da ação desta quinta-feira é colher provas adicionais sobre o envolvimento de empreiteiras e seus executivos em crimes de formação de cartel, fraudes e pagamento de propinas a ex-diretores da Valec, a estatal federal de ferrovias. O trabalho é realizado com o Ministério Público Federal de Goiás e Conselho Administrativo e Defesa Econômica (Cade).
Em 2015, O Ministério Público Federal (MPF) pediu o ressarcimento de R$ 127,8 milhões e a anulação de contrato firmado em 2006 pela Valec Engenharia S.A e a CR Almeida S.A para obra da Ferrovia Norte-Sul em Tocantins por suspeito de superfaturamento e fraude à licitação no lote sete do empreendimento. O contrato foi firmado em 2006 pela empresa pública Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados judiciais na sede da CR Almeida em Curitiba em ação que fazia parte da Operação “O Recebedor”. Resultado de desdobramento da Lava Jato , a operação já investigava o pagamento de propina para a construção de ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste.
Ao todo, os agentes cumprem 44 mandados de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Ceará, Paraná, Bahia, Espírito Santo, Distrito Federal e Goiás.
Outro lado
A empresa paranaense CR Almeida se pronunciou a respeito da Operação Tabela Periódica, deflagrada na quinta-feira (30) pelo Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO). A assessoria jurídica da empresa diz que a CR Almeida não foi um dos alvos da operação “Tabela Periódica”. “Deste modo não possui informações sobre a mesma além daquelas já veiculadas pela imprensa”, informa em nota.
A assessoria completa informando que dos três funcionários ligados à empresa que tiveram cumprimento de mandado de condução coercitiva apenas uma pertence atualmente ao quadro de trabalhadores: Denise Moraes Carvalho. Os demais não atuam mais na empresa.
“A CR Almeida está e sempre estará à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários”, finaliza a nota.
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