Cinco das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato doaram ao Partido dos Trabalhadores, no ano passado, o equivalente a quase um terço do que a legenda arrecadou com pessoas jurídicas. De acordo com a prestação de contas da sigla, apresentada dia 30 ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC contribuíram com R$ 16,6 milhões (29,4%) para o caixa do partido. No total, o PT obteve R$ 56,3 milhões de doações de empresas.
A Camargo Corrêa foi quem mais financiou o partido em 2014. No total, deu R$ 5,5 milhões. A Queiroz Galvão doou mais R$ 3,9 milhões; a OAS, R$ 3,6 milhões; a UTC, R$ 2,6 milhões, e a Andrade Gutierrez, R$ 1 milhão. Os aportes das companhias citadas no esquema de corrupção da Petrobras continuaram mesmo após a deflagração das investigações, em março do ano passado. No dia 30 de outubro, por exemplo, a Queiroz Galvão contribuiu com R$ 500 mil. Em 14 de julho, a OAS depositou R$ 300 mil e, em 30 de junho, a UTC deu mais R$ 1 milhão.
O balanço do partido não foi assinado pelo ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto, mas pelo atual secretário de Finanças e Planejamento, Marcio Costa Macedo, e pelo presidente Rui Falcão.
Apesar de ter registrado um déficit de R$ 803 mil no ano passado, a situação financeira do PT é confortável. Em 2013, a sigla havia obtido um superavit de R$ 4,9 milhões. Portanto, o superavit atualizado do partido é de R$ 4,1 milhões. O PSDB, por exemplo, vive um momento inverso. Fechou 2014 com deficit de R$ 7 milhões e, como no ano anterior também havia registrado saldo negativo, a conta dos tucanos é um deficit acumulado de R$ 8,8 milhões.
No ano passado, o PT recebeu R$ 342,3 milhões em suas contas – R$ 60,6 milhões do Fundo Partidário, R$ 56,3 milhões de doações, R$ 31,7 milhões de contribuições. Outros R$ 193,1 milhões foram destinados a campanhas políticas, além de outras receitas.
A contabilidade do partido também registrou sobras de campanha. Em recursos, são R$ 169,3 milhões. Outros R$ 300 mil foram contabilizados como sobras de bens permanentes.
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