O ex-vice-presidente da Mendes Júnior Sérgio Cunha Mendes afirmou em seu interrogatório na Justiça Federal do Paraná, base das investigações da Operação Lava Jato, que a empresa pagou R$ 8 milhões ao doleiro Alberto Youssef. O empreiteiro contou que os pagamentos parcelados foram feitos em contratos frios firmados com as empresas de fachada GFD Investimentos e Empreiteira Rigidez, controladas pelo doleiro.
Ricardo Pessoa cita cinco parlamentares e um ex-ministro em delação premiada
Empresário promete devolver R$ 55 milhões desviados em esquema de corrupção na Petrobras; acordo deve ser assinado nesta quarta-feira
Leia a matéria completaO empreiteiro classificou o pagamento como uma extorsão, em depoimento na última segunda-feira, 11. Ele afirmou não saber o critério do cálculo do valor que o doleiro pediu de propina. “Era um valor que ele colocou, R$ 8 milhões e alguma coisa, e foi pago relativo aos aditivos a serem aprovados, da Replan e do TABR”, afirmou.
Segundo Sérgio Cunha Mendes, o dinheiro foi pedido por Youssef, personagem central da Lava Jato, durante uma reunião na sede da Mendes Júnior de São Paulo. O doleiro teria entrado em contato com ele após um pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para que ‘atendesse a um telefonema de Alberto Youssef’.
“Nesta relação que nós temos com a Petrobras, foi feito um pagamento em cima de um pedido, mas mais que um pedido, uma espécie de pressão, para que nós pagássemos em cima de um aditivo que nós tínhamos na Petrobras”, declarou Sérgio Mendes. “Isso aconteceu em 2011 e foi feito em cima disso, em função até das nossas necessidades, esse pagamento em torno de R$ 8 milhões. A empresa, realmente, estava em uma situação financeira muito apertada, devendo a muitos fornecedores, nós não temos há muitos anos crédito com banco público por causa das pendências que temos com o próprio governo. Estamos impossibilitados de Caixa, Banco do Brasil, BNDES, a gente não opera há muitos anos. Realmente, a situação era muito grave para a gente”, afirmou.
“Foi colocado que a gente tinha umas pendências, que tinha aprovados desses aditivos e que se a gente não fizesse esse pagamento a gente ia ter alguns problemas tanto para receber quanto para novos projetos para frente, contratos, convites, essas coisas. E era uma exigência, inclusive, ele fez exigências até pesadas, duras. Nós queríamos primeiro antes de tomar qualquer decisão, a gente propôs, vamos ver como é que nós podemos fazer, se é possível. Tínhamos que pedir autorização do dr. Murilo. Levamos ao dr. Murilo e ele ficou muito chocado”, disse Sérgio Cunha Mendes.
Ele disse ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, que desconhece reuniões em que houvesse combinação de licitações da Petrobras. O empreiteiro afirmou também que não pagou propina na Diretoria de Serviços da Petrobras, então comandada por Renato Duque - indicado pelo PT para o cargo, Duque está preso sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
PT se une a socialistas americanos para criticar eleições nos EUA: “É um teatro”
Os efeitos de uma possível vitória de Trump sobre o Judiciário brasileiro
Ódio do bem: como o novo livro de Felipe Neto combate, mas prega o ódio. Acompanhe o Sem Rodeios
Brasil na contramão: juros sobem aqui e caem no resto da América Latina
Deixe sua opinião