O empresário acusado de comandar a máfia dos Sanguessugas, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, mantinha uma empresa supostamente fantasma em Curitiba para legitimar licitações. A Gazeta do Povo teve acesso à documentação da concorrência para a compra de duas ambulâncias realizadas em Piraquara, região metropolitana de Curitiba, em que consta a participação da empresa Vedovel, com sede no bairro do Boqueirão. No endereço do cadastro de pessoa jurídica da Junta Comercial Rua Cadete Reno Guido Longo Júnior, 61 existem apenas casas simples. Consta ainda no contrato social da Vedovel o nome de Vedoin, empresário que confessou à Polícia Federal gerenciar o esquema de propina a políticos que facilitassem o processo de compra de ambulâncias superfaturados.
As duas licitações realizadas em Piraquara foram vencidas pela empresa Klass Comércio e Representação, de Mato Grosso, que também pertence à família Vedoin (José e Cléia Maria Trevisan Vedoin). Os veículos foram vendidos por R$ 75 mil e R$ 79,5 mil, em 3 de janeiro e 13 de fevereiro de 2003. O presidente da Junta Comercial de Curitiba, Julio Maito Filho, confirmou que a Vedovel tinha registro na entidade. A empresa Vedovel Comércio e Representação Ltda, com CNPJ 04.717.562/0001-01, e descrição da atividade econômica principal como comércio de automóveis, camionetas e utilitários novos, teria sido aberta no dia 29 de setembro de 2001 e extinta em 10 de dezembro de 2004. Nos documentos apresentados para registro consta o endereço fantasma no Boqueirão. Segundo o presidente da Junta, a Vedovel tinha três sócios Luiz, Alessandra e Helen Vedoin e que houve uma alteração contratual, em que o nome de Luiz foi retirado. Não foi possível precisar qual o grau de parentesco dele com Alessandra, Helen, José e Cléia.
Quem analisou a documentação das licitações, como registros e contratos sociais, dificilmente poderia deixar de notar que as empresas concorrentes pertenciam a pessoas com o mesmo sobrenome. O ex-prefeito de Piraquara João Guilherme Ribas Martins (PMDB), que administrava a cidade no ano em que as compras ocorreram, negou ter participado do esquema. Em entrevista à TV Paranaense, ele disse que os veículos foram conseguidos através de emendas parlamentares do deputado federal Íris Simões (PTB-PR). De acordo com informações publicadas na última edição da revista Veja, o ex-prefeito teria recebido R$ 4 mil para facilitar a licitação.
Ex-ministro da Saúde será investigado pela CPI
O ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe, que reassumiu o mandato de deputado federal pelo PMDB mineiro em abril, foi incluído pela CPI dos Sanguessugas na lista dos 33 novos parlamentaresque são investigados e começaram a ser notificados nesta terça-feira. Embora seja citado do depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin por sua atuação como ministro, Saraiva Felipe recebeu da comissão o prazo de cinco dias para apresentar sua defesa. (clique para ler a matéria completa)
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