O doleiro Alberto Youssef citou em seus depoimentos da delação premiada duas obras da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, que foram alvo dos operadores do esquema investigado na Operação Lava Jato. De acordo com Youssef, um contrato com a Odebrecht e a UTC no valor de R$ 2 bilhões gerou R$ 20 milhões pagos em propina pelas duas empresas à Diretoria de Abastecimento.
A parte da UTC, R$ 10 milhões, foi paga em dez parcelas de R$ 1 milhão em dinheiro vivo, segundo Youssef. A propina devida pela Odebrecht, outros R$ 10 milhões, foi paga em dólares em uma conta no exterior controlada pelo ex-deputado federal José Janene (morto em 2010).
Segundo Youssef, o pagamento de vantagem indevida foi acertado entre o presidente da UTC Ricardo Pessoa, o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o ex-deputado José Janene. A divisão dos R$ 20 milhões foi feita da seguinte forma: 60% para o Partido Progressista, 30% para o ex-diretor Paulo Roberto Costa, 5% para Youssef e 5% para o ex-assessor do PP João Cláudio Genu.
Em outro contrato, firmado em 2006 com o consórcio formado pelas empresas Setal, MPE e Mendes Junior, Youssef citou um aditivo de R$ 300 milhões que rendeu ao grupo 3% em propina. Segundo o doleiro, as negociações foram feitas entre o ex-deputado José Janene e o executivo da Toyo Augusto Mendonça.
O pagamento de vantagem indevida foi realizado através de contratos fictícios e notas fiscais frias emitidas pelas empresas MO Consultoria, Empreiteira Rigidez e RCI.
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