| Foto: ANTONIO_AUGUSTO/

Queimando a largada

Nem bem o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) abriu a sessão plenária nesta terça-feira (8), foi iniciada a votação para formação da comissão de análise de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Houve muitos protestos dos deputados da base, que esperavam votação aberta e que queriam abrir questões de ordem na sessão.

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Ninguém ouviu nada

As reclamações dos parlamentares não foram ouvidas pelo presidente da Casa, que prosseguiu com a votação secreta. O áudio do plenário chegou a ser desligado, o que impediu que as discussões dos deputados fossem ouvidas pela TV Câmara.

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Cabines instaladas desde o final de semana

Deputados da situação comentaram que as cabines de votação já estavam instaladas no plenário da Casa desde o final de semana, antevendo uma decisão de Cunha pela votação secreta, mesmo com o acordo de líderes pela deliberação em regime aberto.

Obstrução

 

Liberada a votação, os deputados da base tentaram obstruir as cabines de votação e houve confusão. Cunha pediu intervenção dos seguranças da Casa para garantir a votação. Urnas foram danificadas. Segundo o Portal G1, o Centro de Informática da Câmara comunicou à Polícia Legislativa que 10 das 14 urnas instaladas no plenário foram danificadas e chegaram a ficar fora do ar.

Flagrado

O G1 também flagrou o deputado Afonso Florence (PT-BA), ex-ministro do Desenvolvimento Agrário do governo Dilma, quebrando duas urnas eletrônicas. Questionado, o parlamentar disse que “isso não é notícia”. “Eduardo Cunha rasgou o regimento. Isso não é notícia a notícia é o resultado. Tenho que correr porque vão proclamar o resultado. Estou preocupado com o resultado”, disse ao G1, desligando o telefone em seguida.

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Encerramento

A votação durou cerca de uma hora. Havia, segundo o placar, 473 parlamentares na Casa. Dois ficaram sem votar. No placar final, 272 votos para a chapa oposicionista e 199 para a governista.

Comemoração

 

Houve muita comemoração no plenário com o anúncio do resultado. Oposicionistas estenderam a bandeira do Brasil e cantaram o hino nacional. Alguns andavam pela Casa com a versão miniatura do boneco do ex-presidente Lula (PT), apelidado de “Pixuleco”.

Novo delator

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Durante a comemoração, deputados comunicavam no microfone do plenário que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso pela Operação Lava Jato, decidiu fechar acordo de delação premiada. “O japonês está chegando”, chegou a gritar um dos parlamentares, em referência ao agente da Polícia Federal Newton Ishii, conhecido por “carregar” presos da Lava Jato.

Esvaziamento

Depois de encerrar a sessão de votação, Cunha abriu a sessão deliberativa extraordinária, em que os deputados apreciariam vários itens urgentes da pauta da Casa. Porém, reuniões de lideranças e obstruções partidárias esvaziaram o plenário. A sessão se transformou em uma apreciação de discursos de governistas e oposicionistas, que comentavam sobre o resultado da votação.