O governador de São Paulo, José Serra, espera apenas o desembarque do colega mineiro Aécio Neves, que retorna neste domingo (21) de férias no exterior, para marcar a visita que pretende lhe fazer ainda esta semana. Além de selar as costuras políticas no segundo maior colégio eleitoral do País, o encontro dos dois é tático. Serra quer mostrar que fará gestos cada vez mais firmes para não deixar dúvida de que é o candidato do PSDB à Presidência, mesmo sem assumir a candidatura.
Independentemente da movimentação de Serra e do anúncio oficial, que setores do partido apostam que se dará em meados de março, "no máximo", as várias alas do PSDB concordam em um ponto: o inferno astral do candidato tucano se arrastará maio adentro. Isso porque, até lá, a "superexposição" da candidata petista e ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, será acentuada pelos programas partidários do PT e dos partidos aliados do Planalto, em rede nacional de rádio e televisão. É diante desse quadro que serristas do grupo mais próximo ao governador, como o deputado Jutahy Júnior (BA), sustentam a tese de que apressar o lançamento de Serra é inútil.
"Antecipar a campanha é só ampliar o período de travessia do deserto", diz Jutahy, convencido de que o tucano amargará desvantagem durante toda essa fase em que a disputa se dá entre uma ministra que viaja o País inteiro ao lado de um presidente popular e um governador de Estado. O presidente nacional do PSDB senador Sérgio Guerra (PE), concorda que o jogo só começará a ficar equilibrado quando o enfrentamento for entre dois candidatos.
"O que a gente precisa, até lá, é ter nervos de aço. E temos de nos mexer muito no Congresso e nos Estados, com uma forte atuação parlamentar e muita articulação", sugere o senador, animado com os resultados da última pesquisa Ibope. O levantamento divulgado semana passada colocou o tucano 11 pontos porcentuais à frente da petista, no cenário em que Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) também são candidatos. Apontou, também para uma vitória do PSDB em segundo turno, com o placar de 47% a 33% sobre Dilma. "Os números são bons. Confirmam uma situação real, que não é brilhante, mas é segura", analisa Guerra. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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