Apesar de aparecerem no vídeo recebendo dinheiro em espécie, alguns dos ex-candidatos a vereador do PRTB negam ter recebido ajuda financeira para desistir da eleição à Câmara Municipal e apoiar o prefeito Beto Richa (PSDB). É o caso do ex-vereador Mestre Déa e dos ex-candidatos Nelson Bientinez Filho, Hélio Rodrigues da Silva, Irlando Zanetti Filho, Ney João Ribas Andrade e Rodolfo Stunitz.
Alguns dos candidatos desistentes que aparecem no vídeo, porém, confirmam o recebimento. Mas, segundo eles, o pagamento foi referente a serviços prestados e gastos de campanha.
O ex-vereador Luiz Carlos Déa, por exemplo, diz que o dinheiro que recebeu foi usado para pagar cabos eleitorais que trabalharam para eleger Beto Richa. "A gente assinava recibo. Mas, se o Alexandre (Gardolinski, coordenador do comitê pró-Richa do PRTB) não colocou na prestação de contas (as notas fiscais), a culpa é dele", afirma Déa. Ele ainda nega qualquer acordo para desistir da candidatura a vereador e diz não saber a origem do dinheiro que recebeu. "Acho que era do PSDB."
Santos Grassi, cobrador de ônibus e canditato desistente, reconhece ter recebido de Alexandre Gardolinski duas parcelas de R$ 800, somando R$ 1,6 mil. Grassi explica que saiu às ruas com cabos eleitorais para distribuir panfletos e agitar bandeiras. Depois, teria distribuído a quantia de R$ 1,6 mil entre os que trabalharam. Parte ficou com o próprio Grassi.
Mas, segundo Grassi, durante a campanha falava-se em cargos na prefeitura. "O Alexandre (Gardolinski) falou que ia colocar (na prefeitura)." Como não recebeu cargo, Grassi diz que, depois da campanha, foi atrás do ex-secretário Manassés Oliveira. De acordo com o cobrador, Manassés respondeu que não conseguiu colocar todo o pessoal e não poderia fazer nada, já que assumiu a Secretaria de Assuntos Metropolitanos e não a que planejava, a do Trabalho.
A ex-candidata Rosane Rodrigues dos Santos também admite ter recebido dinheiro pelo trabalho na campanha, mas diz não se lembrar da quantia. Ela fez panfletagem e agitou bandeira na rua e afirma que ia a cada 15 dias no comitê para receber pelo serviço.
O pastor Luiz Carlos Pinto diz que ajudou voluntariamente na campanha de Richa e que não recebeu pagamento. Ele alega que ganhava só ajuda de custo para combustível de cerca de R$ 160 por mês, mas do comitê central e não do Comitê Lealdade. Pinto, funcionário da prefeitura há 15 anos, explica que se licenciou durante a campanha. Foi nomeado em janeiro de 2009 para o cargo comissionado de gestor público da Secretaria do Governo, em decreto assinado por Richa.
Altair Preto Rodrigues está entre os que desistiram da candidatura e que não aparecem no vídeo recebendo dinheiro. Ele diz que não ganhou nada. "Acredito que seja mentira desgraçada (denúncia de recebimento de dinheiro em troca da desistência). Teve gente que falou que peguei R$ 500 mil. É brincadeira."
O cabeleireiro Carlos Alberto Moura Santos também alega que não recebeu nada: "Não trabalhava para o Beto Richa".
Colaborou Euclides Lucas Garcia.
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