A vitória expressiva do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, na madrugada desta quinta-feira (14), fortalece o governo Temer e sinaliza o enfraquecimento do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, mesmo afastado do mandato, ainda tentava emplacar um sucessor, o deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF).
Na disputa do segundo turno, Maia obteve 285 votos, contra 170 de Rosso. De um total de 513 parlamentares, os 455 votos dados a dois candidatos da base aliada de Temer revelam que o presidente interino mantém uma sustentação sólida na Casa.
Além disso, Maia é o representante da antiga oposição, que reúne, além do DEM, o PSDB e o PPS. Os três partidos atuam fortemente pelo impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
O candidato do PMDB apoiado pelo PT, Marcelo Castro (PI), fez 70 votos no primeiro turno, número considerado baixo. Nos bastidores, corre que o Planalto teria agido para enfraquecer a candidatura de Castro.
A vitória de Maia também indica a derrota do chamado “Centrão”, grupo de 13 partidos ligados a Cunha. Se Rosso saísse vencedor, o Centrão se consolidaria como principal força política da Casa. O Planalto já havia cedido ao Centrão a cadeira de líder do governo Temer, assumida por André Moura (PSC-SE), fato que incomodava a antiga oposição.
Rosso também poderia beneficiar Cunha em seu processo de cassação, que ainda deve seguir para votação no plenário. Na condição de presidente da Câmara dos Deputados, caberia a ele ditar o ritmo do processo.
O DEM de Maia, embora tenha trabalhado em parceria com Cunha para dar andamento ao impeachment de Dilma Rousseff na Casa, já se comprometeu em dar seguimento ao processo do peemedebista.
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