O escritório de advocacia que representa Renato Bially, que fez a denúncia contra o chefe de gabinete Deonilson Roldo, numa estranha coincidência é o mesmo que denunciou, em 2007, outro ocupante do mesmo cargo da prefeitura de Curitiba Ezequias Moreira.
A forma como as duas denúncias foram feitas também foi exatamente a mesma: o caso, primeiramente, foi publicado num jornal de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro do Paraná. Depois, o assunto foi repassado para jornais de Curitiba juntamente com a documentação do Ministério Público do Paraná (MP).
Em agosto de 2007, uma reportagem da Gazeta do Povo mostrou que o MP estava investigando o então chefe de gabinete de Richa, Ezequias Moreira, por suspeita de desvio de dinheiro público. Uma semana depois, Ezequias pediu exoneração do cargo, o que foi aceito pelo prefeito Beto Richa.
A denúncia contra Ezequias foi feita pelo relações públicas Marcos Ravazzani. A reportagem da Gazeta do Povo apurou que Marcos é primo do advogado Alessandro Ravazzani, representante legal de Renato Bially na denúncia contra Roldo.
A reportagem encontrou ontem Renato Bially, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. Ele contou que, no ano passado, recebeu de um homem desconhecido um envelope branco sem qualquer identificação. "Eu nem abri. Levei para o meu advogado, que abriu e me mostrou os documentos. Ele me perguntou se eu queria fazer a denúncia. Respondi que sim", afirmou Bially. Ele negou ainda que tenha ligações com algum grupo partidário ou outro tipo de interesse político denunciar Roldo. "Denunciei porque acho que, se cada um fizer a sua parte, dá para combater essas coisas", disse.
O advogado Alessandro Ravazzani, representante de Bially, também negou que o escritório tenha alguma ligação partidária. "Não tem nenhuma (relação com grupos políticos). É um escritório independente. Temos várias demandas judiciais, inclusive de servidores públicos."
Devolução
Três meses depois de se afastar do cargo de chefe de gabinete de Beto Richa, em 2007, o MP denunciou Ezequias Moreira por improbidade administrativa e crime de peculato (desvio de dinheiro). A investigação concluiu que ele tinha desviado R$ 539,4 mil ao utilizar a sogra, Verônica Durau, servidora da Assembleia Legislativa do Paraná, para receber os salários pagos a ela. Em entrevista à Gazeta do Povo, Verônica admitiu que nunca havia trabalhado na Assembleia, embora tenha sido funcionária da Casa por 11 anos. Em abril de 2008, Ezequias devolveu aos cofres públicos os quase R$ 540 mil desviados da Assembleia por meio de sua sogra. (KK e JML)
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