Salamanca, Espanha (AE) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve pelo menos mais um dissabor ontem, na abertura da 15.ª Reunião de Cúpula Ibero-Americana. Lula viu a proposta brasileira de troca da dívida externa pública pelo investimento em educação e pelo perdão de débitos de países mais pobres ser, publicamente, apresentada pelo anfitrião do encontro, o primeiro-ministro da Espanha, José Luís Rodríguez Zapatero, como uma autêntica idéia castelhana. Hoje, na exposição na terceira e última sessão de debates desse encontro, o presidente reforçará a proposta, sem entrar no mérito da paternidade.
Tal prudência permitirá que um acordo BrasilEspanha, que poderia zerar a dívida soberana brasileira de US$ 19 milhões com Madri, continue sobre a mesa de negociação.
A pirataria espanhola somou-se ao baixo perfil de Lula no primeiro dia do encontro de cúpula, no qual passou quase incólume e esquivou-se de novo contato com a imprensa.
Em 2004, ele havia encaminhado a Zapatero justamente a proposta que o líder espanhol apresentou na primeira sessão de debates dos chefes de Estado. Para a passagem por Salamanca, Lula convocou a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad, que obtivera na semana passada o aval dos 96 países da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) à mesma proposta.
A idéia diz respeito à criação de um mecanismo de abate de dívida que possa favorecer também as econômicas em desenvolvimento, como a brasileira, e não apenas as mais pobres, como previa a iniciativa anterior, fechada na Reunião de Cúpula Ibero-Americana da Costa Rica, em 2004.
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