O ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná Abib Miguel, o Bibinho, já estava na 9ª Vara Criminal de Curitiba, por volta das 9h45, para a realização da primeira audiência de seu julgamento. A expectativa é de que o julgamento iniciasse logo em seguida. Os jornalistas da Gazeta do Povo que estavam no local entraram na sala de audiências e tiveram de desligar os aparelhos celulares por volta das 9h50.
Outras duas audiências anteriores, nas quais a juíza Ângela Ramina deveria ouvir os depoimentos das testemunhas de defesa e acusação, foram adiadas por causa de problemas de saúde do réu. Bibinho é acusado pelo Ministério Público de comandar um esquema de desvio de recursos no Legislativo estadual que teria retirado pelo menos R$ 100 milhões dos cofres públicos. O caso veio à tona em março deste ano com as reportagens da série Diários Secretos, divulgadas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV.
Saúde
Até o dia 4 de dezembro, eventuais ausências do ex-diretor em compromissos judiciais estavam justificadas por um atestado médico. Problemas de saúde adiaram, por duas vezes, a ida de Bibinho a juízo. O ex-diretor-geral, que está preso, assim como dois outros ex-diretores da Assembleia, foi submetido a uma cirurgia de hérnia abdominal no Hospital São Lucas, em Curitiba, no início de novembro. A situação levou a juíza a desmembrar do processo as acusações contra Bibinho das que envolvem os demais réus.
O Ministério Público denunciou os réus pelos crimes de desvio de dinheiro público, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Além de Abib Miguel, também são réus nesse processo os ex-diretores da Assembleia José Ary Nassiff e Cláudio Marques da Silva e pessoas acusadas de serem funcionárias fantasmas. Os depoimentos de testemunhas de outro processo em que os ex-diretores são acusados dos mesmos crimes, mas envolvendo outros casos de funcionários fantasmas estão marcados para 12 de janeiro.
Dezenas de testemunhas de defesa e de acusação foram convocadas. Na sequência, os réus devem ser ouvidos. Dias depois, a promotoria e os advogados de defesa devem apresentar as considerações finais. Depois disso, a juíza pode proferir a sentença, o que não deve acontecer ainda neste ano. O advogado que representa Bibinho e Nassiff, Eurolino Sequinel dos Reis, deu indícios de que o processo pode demorar, já que pretende pedir produção de provas e perícias. "Quero cópia dos depósitos bancários, dos cheques e saber quem assinou", disse ele sobre cheques que, segundo o Ministério Público, teriam sido depositados na conta de Bibinho e de pessoas ligadas a ele.
Mais informações em breve.
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