Servidores comissionados de gabinete do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, deputado Durval Amaral (DEM), são suspeitos de prestar serviços de cabo eleitoral para o parlamentar. Sem saber que estava sendo filmada, uma funcionária do deputado admitiu que, durante o período de eleição, a sala de Durval na Assembleia, em Curitiba, fica praticamente vazia porque os servidores vão para o interior fazer campanha eleitoral.
"Aqui fica vazio. Porque a campanha é feita toda lá nos municípios. Então, abre-se um comitê grande em Cambé [na Região Norte do estado], cidade dele [de Durval Amaral], e faz-se a campanha lá", afirmou a servidora. Por meio de nota, Durval informou que seu "gabinete na Assembleia sempre permanece de portas abertas em todos os períodos do ano".
A prática de usar servidores comissionados como cabos eleitorais é considerada ilegal. O ex-deputado Joel Coimbra, por exemplo, foi condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça justamente por usar funcionários do seu gabinete para esse fim. "Cabo eleitoral não pode ser remunerado com dinheiro público", diz o procurador Arion Pereira, do Ministério Público. O uso de servidores lotados em gabinetes administrativos como agentes políticos também se enquadra na prática de improbidade administrativa.
Reportagem de ontem da Gazeta do Povo e da RPCTV mostrou que o primeiro-secretário da Assembleia, Alexandre Curi, e o presidente da Casa, Nelson Justus, podem ser alvo de ações por esse motivo.Servidores lotados na presidência e na primeira-secretaria da Assembleia prestam serviços externos para os dois parlamentares. Por meio de nota, o Legislativo informou que essa prática não é ilegal, ao menos até entrar em vigor a lei que regulamenta a atividade dos agentes políticos.
Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.
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