Promotores do Ministério Público e policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na Assembleia. O diretor da gráfica da Casa, Luis Carlos Monteiro (de jaqueta preta, no centro da foto) foi levado para ajudar a encontrar documentos| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Os presos

O Gaeco do Ministério Público (MP) do Paraná cumpriu 11 mandados de prisão na operação Ectoplasma 2. Porém, dois deles eram contra dois ex-diretores já presos (Abib Miguel e Cláudio Marques). Veja quem são os detidos ontem:

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Assembleia não se manifesta sobre afastamento de diretor

A Assembleia Legislativa não se pronunciou oficialmente sobre o pedido de afastamento do novo diretor de Pessoal, Antônio Carlos Gulbino. O Ministério Púiblico (MP) encaminhou na sexta-feira ao presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus (DEM), um documento requerendo a saída de Gulbino do cargo acusado de ter montado o mandado de segurança do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Paraná (Sindilegis).

Na sexta, a Diretoria de Comunicação informou que Justus ainda não havia recebido o pedido de afastamento feito pelo MP. Ontem, a reportagem entrou em contato novamente com a Diretoria de Comunicação, mas ninguém foi localizado.

Uma decisão do Tribunal de Justiça aceitou o mandado de segurança do Sindilegis e impediu que os dados financeiros dos funcionários do Legislativo fossem entregues aos promotores. Porém, a presidente interina do sindicato, Diva Scaramella Ogibowski, contou ao MP que Gulbino entregou uma procuração para que ela assinasse e disse ter sido "usada" e "enganada" por ele. O presidente do Sindilegis é o ex-diretor geral da Assembleia, Abib Miguel, preso acusado de cometer 1.182 vezes o crime de desvio de dinheiro público. Os promotores argumentam que Gulbino estaria dificultando o acesso a folha de pagamentos da Casa.(Heliberton Cesca)

Antônio Carlos Gulbino: pedido de afastamento pelo Ministério Público do Paraná

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) promoveu uma devassa na Assembleia Legislativa na manhã deste sábado, atrás de documentos, e prendeu o ex-diretor-administrativo Casa, José Ary Nassiff, o diretor da gráfica da AL, Luis Carlos Monteiro, e mais sete pessoas. Outras 13 ainda estavam sendo procuradas pela polícia até o fechamento desta edição.

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A operação, intitulada "Ectoplasma II", foi deflagrada após a Justiça ter expedido 24 mandados de prisão de envolvidos nos escândalos da Asssembleia revelados pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série de reportagens intitulada Diários Secretos.

Além dos nove presos neste sábado, outros dois já estavam detidos: o ex-diretor-geral da AL, Abib Miguel e o ex-diretor de pessoal, Claudio Marques (veja o quador completo nesta página). Todos são acusados de participar de um esquema de desvio de verbas públicas, com o empréstimo de contas bancárias para receber dinheiro da Assembleia e o uso de funcionários fantasmas.

José Ary Nassiff teve cumprido o pedido de prisão preventiva e já foi encaminhado para o Quartel General da Polícia Militar, em Curitiba, onde já esteve preso e saiu beneficiado pela concessão de um habeas corpus.

No mesmo quartel também está preso o ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, conhecido como Bibinho, que voltou para a cadeia por volta da 1h30 da madrugada de sexta-feira depois de ficar apenas cinco horas em liberdade.

Os advogados dele entraram com mais um habeas corpus para tentar tirá-lo da cadeia, mas a juíza substituta Lilian Romero, da 2.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, pediu mais documentos para liberá-o. Neste sábado, porém, a Justiça aprovou mais um pedido de prisão preventiva contra ele.

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Devassa

Além das prisões, promotores e auditores do Ministério Público, com o apoio de policiais, cumpriram também mandados de busca e apreensão de documentos como provas de irregularidades na Assembleia.

Parte desses mandados foi cumprida dentro da própria sede da Assembleia Legislativa. O diretor da gráfica da AL, Luis Carlos Mon­­teiro, que havia sido preso em sua residência, no Bairro Seminário, foi conduzido à As­­sembleia Legislativa para ajudar na busca de documentos.

O Ministério Público chegou a pedir o envio de um caminhão para levar todo o material apreendido. Em outros locais também foram apreendidos documentos, computadores e pen drives.

Até o fechamento desta edição, a busca por materiais ainda não tinha terminado.

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Vazamento

Fontes ligadas à investigação contaram que o Ministério Público ficou surpreso com o vazamento das informações sobre a operação, o que permitiu que vários suspeitos escapassem. Agora o MP quer fazer uma investigação para saber como se deu o vazamento.

Outro lado

A reportagem procurou, por telefone, o responsável pela comunicação da Direção da As­­sembleia, Alexandre Teixeira, e o presidente da Casa, deputado Nelson Justus (DEM). Mas nenhum dos dois respondeu às ligações.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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