Apesar do relevador depoimento prestado ao Ministério Público do Paraná (MP), o contador Douglas Bastos Pequeno deve figurar como réu em uma futura denúncia à Justiça Estadual pelos crimes de desvio de dinheiro público e formação de quadrilha. A Gazeta do Povo apurou que os promotores estão finalizando a denúncia, que pode ser apresentada à Justiça nos próximos dias.
O núcleo familiar de Bastos Pequeno já foi alvo de investigação do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que teria comprovado o desvio de pouco mais de R$ 7 milhões dos cofres da Assembleia (valor não atualizado) por meio desses parentes do contador. O montante teria sido depositado na conta de pelo menos oito familiares de Bastos Pequeno que nunca trabalharam na Assembleia.
A Gazeta do Povo apurou ainda que os parentes dele disseram em depoimento estar surpresos com o envolvimento no esquema de desvio. Por causa disso, eles não devem ser denunciados.
Apenas Bastos Pequeno e os ex-diretores Abib Miguel (diretoria-geral), José Ary Nassiff (administrativo) e Cláudio Marques da Silva (pessoal) devem responder criminalmente pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público e falsidade ideológica.
Essa pode ser a terceira denúncia do MP contra os ex-diretores da Assembleia. Bibinho, Nassiff e Marques da Silva foram responsabilizados criminalmente pelo MP devido ao desvio de dinheiro público por meio de outros dois núcleos de familiares: dos ex-servidores Daor Afonso Marins de Oliveira e João Leal de Mattos também denunciados pelos mesmos crimes. Por meio desses núcleos, teriam sido desviados pelo menos R$ 26 milhões valor não corrigido.
Outra investigação
Outro ramo de familiares de Bastos Pequeno, que não serão citados na nova denúncia, está sendo investigado pelo MP. Trata-se dos parentes do contador, empregados na Assembleia, que foram localizados em fevereiro pela Gazeta do Povo e RPC TV em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, em pleno horário de expediente.
A reportagem encontrou na praia catarinense a primeira ex-mulher de Bastos Pequeno (Mariles Prevedelo), duas filhas dele (Lorete e Gina Prevedelo) e um neto (Thiago Cury). Sem saber que estavam sendo filmados, todos confessaram que nunca trabalharam na Assembleia e que moravam há seis anos em Balneário Camboriú.
Apesar disso, documentos obtidos pela Gazeta do Povo e pela RPC TV mostram que a Assembleia depositou R$ 3,6 milhões na conta dos quatro de 2004 até 2009. A reportagem também revelou que a Assembleia concedeu férias remuneradas por quase dois anos ininterruptos (2004 e 2005) para Mariles e Gina. Durante o descanso, elas tiveram R$ 1,1 milhão depositado pelo Legislativo.
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