Confira quais cidades vão realizar manifestações contra a corrupção na próxima terça-feira:
Curitiba
Horário: 18 horas
Local: Boca Maldita
Londrina
Horário: 18 horas
Local: Calçadão da Avenida Paraná
Maringá
Horário: 17h30
Local: Sincomar
Ponta Grossa
Horário: 18 horas
Local: Terminal de Ônibus do Parque Ambiental
Cascavel
Horário: 18 horas
Local: Calçadão (em frente à Catedral)
Foz do Iguaçu
Horário: 17 horas
Local: Avenida Brasil
Guarapuava
Horário: 18 horas
Local: Calçadão do centro
Pato Branco
Horário: 18 horas
Local: Plenário da Câmara Municipal
Fonte: OAB-PR
Engajamento - Em Curitiba, manifestação terá atrações musicais
A programação da manifestação do movimento "O Paraná que Queremos" em Curitiba começará às 18 horas. Entre as atrações do evento na capital estão as bandas de rock Blindagem e Terminal Guadalupe, ambas paranaenses.
"Sempre estamos a favor de qualquer tipo de ação que gere um comportamento mais ético", diz o guitarrista da banda Blindagem, Roberto Moraes. O músico João Lopes, autor e intérprete da música Bicho do Paraná, também se apresentará na Boca Maldita. A atriz Mell deve se apresentar logo depois dele para cantar o hino nacional.
O ator e dramaturgo João Luiz Fiani é outro artista do estado que participará da manifestação. Ele subirá ao palco, que será montado na Boca Maldita, para chamar a atenção dos paranaenses para o caso dos Diários Secretos, da Assembleia Legislativa, que acabou levando ao movimento "O Paraná que Queremos". (CO)
Na próxima terça-feira, o movimento "O Paraná que Queremos" reunirá, em oito cidades do estado, paranaenses de diversos segmentos da sociedade para protestar contra a corrupção e por mais transparência na administração pública.
Até agora, a causa conta com o apoio de 406 entidades, 773 empresas e 18.952 pessoas. O movimento, encabeçado pela seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), foi motivado pela série de denúncias apresentadas pela Gazeta do Povo e RPC TV sobre as irregularidades envolvendo a Assembleia Legislativa do Paraná.
Na lista de apoiadores da campanha "O Paraná que Queremos" estão sindicatos de trabalhadores, representantes do empresariado, a classe estudantil, associações de bairros e instituições religiosas.
No entendimento do cientista político Adriano Codato, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o movimento consegue reunir tantos segmentos sociais por defender uma causa ampla e considerada justa. "Quanto mais genérica e mais justa a causa, mais fácil congregar muita gente, o que é importante", diz Codato.
Na avaliação dele, grandes mobilizações que ganham as ruas têm ainda mais importância por serem cada vez mais raras. "Quanto mais gente está presente em protestos como esse, mais significativos eles são. Ainda mais porque eles acontecem cada vez menos. Então, quando ocorrem, é um sinal de que a situação está difícil para eles [os políticos]", afirma o cientista político.
Boca Maldita
A mobilização da terça-feira será feita simultaneamente em pelo menos oito cidades do estado (veja mais no quadro abaixo). Na capital, o evento será realizado na Boca Maldita, centro da cidade.
Tradicional reduto de manifestações e discussões políticas, o local já serviu de palco para grandes manifestações por causas que marcaram a história política brasileira. Em 1984, a Boca Maldita recebeu o primeiro comício da campanha das Diretas Já. Na ocasião, cerca de 50 mil pessoas estiveram no calçadão para pedir a volta das eleições diretas para presidente no país.
Em 1992, a Boca voltou a ser cenário de mobilização por uma causa nacional. Dessa vez, os caras-pintadas tomaram esse pedaço do calçadão da Rua XV para pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.
Na manifestação de terça-feira, os paranaenses vão às ruas por uma causa estadual. "Essa é uma resposta positiva da sociedade paranaense às denúncias que envolvem a Assembleia. Acredito que grandes mudanças para o estado e para o país começam assim", diz o presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Paulo Moreira Júnior.
A UPE está entre as instituições que apoiam movimento "O Paraná que Queremos" e esteve desde o início envolvida nos protestos contra a série de irregularidades envolvendo o Legislativo estadual. Para chamar os estudantes para a manifestação, diversos centros acadêmicos estão divulgando o evento entre os estudantes.
Já sindicalistas ligados à Força Sindical, à União Geral dos Trabalhadores (UGT), ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e à Federação dos Metalúrgicos do Paraná estão convocando trabalhadores para o protesto. "Estamos mostrando para o cidadão que aquilo [as irregularidades na Assembleia] faz parte da vida dele. É o imposto dele que está sendo desviado; é a educação, a saúde que fica com menos dinheiro", comenta o presidente da UGT, Marcelo Urbaneja.
O movimento também conta com o apoio de artistas paranaenses. A banda de rock Blindagem, por exemplo, confirmou presença como uma das atrações musicais para atrair pessoas à manifestação. O guitarrista da banda, Alberto Rodrigues, aposta que o movimento "O Paraná que Queremos" terá reflexos no futuro. "Daqui a dez anos, a gente espera que [a política] seja diferente, que ter um estado completamente transparente seja normal", diz ele.
O presidente da Associação dos Amigos do Bairro São Lourenço, Cezar Paes Lemos, também vê o movimento como uma iniciativa com reflexos nos próximos anos. "Espero que desperte uma consciência cidadã maior, que as pessoas entendam a situação de agora e que isso ajude a formar uma massa crítica para o futuro."
Veja imagens dos grandes movimentos "Caras-pintada" e "Diretas já"
Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.
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