Gabinete de Nelson Justus, que garante que “nada ficará sem a devida resposta no curso das investigações”| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

Imprensa de todo país repercute denúncias da RPCTV e Gazeta do Povo; pré-candidatos ao governo do Paraná também falam do assunto

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PV engrossa o coro por apuração das denúncias

As reações às irregularidades da Casa vêm au­­mentando de tom. Ontem, o Partido Ver­­de (PV) no Paraná divulgou nota em que exige o afastamento de todos os funcionários envolvidos. "Não basta para a apuração dos fa­­tos constituir-se uma comissão interna de sindicância ou coisa do gênero, onde o investigador e o investigado são o mesmo ente. Se assim ficar, se estará dando à sociedade uma resposta falsa e tendenciosa", diz a nota.

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O governador Roberto Requião (PMDB) e os três principais pré-candidatos ao governo do Paraná – o senador Osmar Dias (PDT), o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) – defenderam ontem uma investigação rigorosa sobre os diários oficiais avulsos da Assembleia Legislativa. Reportagens da Gazeta do Povo e da RPCTV mostraram que os documentos foram usados para esconder nomeações, repasses de dinheiro, afastamentos e a contratação de parentes e apadrinhados com remuneração de dinheiro público.

As declarações dos quatro foram feitas no Seminário Paraná Livre da Aftosa sem Vacinação, promovido pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep) no Teatro Positivo, em Curitiba. Requião, Pessuti e Richa elogiaram o presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM), por abrir uma sindicância interna para investigar as possíveis irregularidades. "O Nelson Justus é um cara seríssimo, pelo que eu conheço dele e pelo comportamento dele. Isso (as denúncias) é uma distorção que vem de longe em todos os parlamentos brasileiros", declarou o governador.

Osmar Dias foi o único a defender a investigação do Ministério Público Estadual, como forma de evitar que a sindicância interna da Assembleia acoberte o caso. O senador afirmou que o caso paranaense é similar ao escândalo do Senado que veio à tona no ano passado – a Casa usava atos secretos para fazer nomeações, entre outras decisões administrativas. "Quando as denúncias ocorreram em relação ao Senado, eu defendi que o MP apurasse em profundidade. Assim faço em relação à Assembleia. As sindicâncias internas podem ajudar, mas creio que o Ministério Público existe para isso."

Para Pessuti e Richa, a Assembleia tem condições e deve fazer a apuração por conta própria. "Eu acredito que a Assembleia deva ir a fundo nas investigações e, se alguém agiu de forma errada, que se puna quem errou", disse o vice-governador. "O Nelson Justus fez a coisa certa em abrir a sindicância", declarou o prefeito de Curitiba.

Afastamento

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Para o governador e os pré-candidatos, não há necessidade de ninguém deixar o cargo antes da conclusão de qualquer investigação – a afirmação deles foi feita horas antes de Abib Miguel, diretor-geral da Casa, pedir afastamento de suas funções na Assembleia. "Defendo uma investigação antes do afastamento. Mas se for necessário, tem de cortar fundo", afirmou Requião. "É preciso investigar para que não se cometa nenhuma injustiça", ressaltou Osmar Dias.