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Estudantes foram impedidos de assistir à sessão da Assembleia da galeria | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Estudantes foram impedidos de assistir à sessão da Assembleia da galeria| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Veja que Anibelli bateu boca com estudantes e os impediu de acompanhar a sessão

Nossa opinião: Truculência é inadmissível

A Assembleia Legislativa do Paraná cometeu vários erros ontem. Fechar as galerias para impedir uma manifestação pacífica é um ato ditatorial, e nunca deveria ocorrer na chamada Casa do Povo. O protesto da semana passada, quando o portão do prédio do Legislativo foi derrubado – outro ato condenável que não deve se repetir – não pode servir de pretexto para a truculência e a restrição das liberdades civis. Há maneiras mais eficazes de zelar pela segurança de todos que frequentam a Casa. De um lado ou de outro as manifestações não podem ferir o Estado Democrático de Direito. A população, cansada de tantos escândalos e irregularidades, tem todo o direito de protestar pacificamente no local. Afinal, são os cidadãos que mandam na Assembleia, e não os deputados, nem os agentes de segurança.

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Estudantes e seguranças da Assembleia Legislativa do Paraná entraram em conflito pela segunda vez em uma semana. Ontem, um grupo de oito manifestantes que estava no local para estender uma faixa do Movimento Caça-fantasmas foi impedido de entrar nas galerias. Seguranças teriam forçado a revista das mochilas, em que estavam outros materiais do protesto, como adesivos e camisetas. Os estudantes tentaram evitar e alegaram que foram agredidos. Os manifestantes bateram boca ainda com o primeiro-vice-presidente da Casa, Antônio Anibelli (PMDB).

O peemedebista, que é o segundo na hieraquia da Assembleia, sendo o substituto imediato do presidente Nelson Justus (DEM), não gostou quando um dos manifestantes, José Le Fenechl Neto, tesoureiro da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), quis colar um adesivo do Movimento Caça-Fantasma na lapela de seu terno. "Se você colocar isso em mim, eu te dou um soco na cara", reagiu.

"É essa atitude que os seguranças tiveram com a gente. Você tá me ameaçando?" perguntou Fenechl Neto. Irritado, Anibelli disse que tinha ido receber os estudantes em nome de Justus, e ameaçou se retirar do local. O tesoureiro da Upes falou que o deputado era a favor de fantasmas. "Escuta aqui, rapaz, aqui quem manda sou eu, não é você", afirmou Anibelli. O estudante respondeu: "Então o senhor manda na Casa do Povo? É do meu dinheiro que sai o seu salário".

Antes da discussão com Anibelli, Fenechl Neto ficou cerca de uma hora trancado na sala da segurança da Assembleia e só foi liberado depois da chegada da imprensa e da intervenção de deputados. Outros dois rapazes, diante da detenção do colega, foram buscar ajuda em gabinetes e acabaram sendo seguidos por seguranças. Eles foram interceptados dentro do elevador e alegam terem sido agredidos no trajeto até o oitavo andar – onde conseguiram se refugiar.

Os estudantes não puderam acompanhar das galerias a sessão da Assembleia e ficaram no corredor do prédio do Legislativo. O grupo de manifestantes encontrou as portas das galerias fechadas. Receberam a promessa de que o espaço – fechado desde a manifestação da semana anterior – seria aberto, mas uma hora após o início da plenária, ainda não haviam conseguido sair do corredor. Alguns deputados tentaram negociar a permanência pacífica dos estudantes. Sem conseguir acompanhar a sessão, os estudantes decidiram ir embora.

Boletim de ocorrência

Os três estudantes que afirmam terem sido agredidos registraram boletim de ocorrência no 3.º Distrito Policial, no bairro Mercês, e seguiram até o Instituto Médido Legal (IML) para fazer exames.

Em nota oficial, a Diretoria de Comunicação da Assembleia informou que foi aberto um procedimento para apurar o suposto confronto entre seguranças e estudantes na tarde de ontem.

Na quarta-feira da semana passada, manifestantes derrubaram um portão e invadiram o prédio da Assembleia para cobrar o afastamento de Nelson Justus da presidência da Casa. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 600 pessoas participaram do protesto.

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