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José Carlos Bumlai chega à carceragem da Polícia Federal em Curitiba. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
José Carlos Bumlai chega à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Policia Federal deflagrou nesta terça-feira (24) a 21ª. fase da Operação Lava Jato, batizada “Passe Livre”. O pecuarista José Carlos Bumlai foi preso em Brasília, acusado de fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção, tráfico de influencia e lavagem de dinheiro.

De acordo com as investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal (RF), a maneira utilizada por Bumlai para lavar dinheiro era através de empréstimos fraudulentos – esquema parecido com o desvendado no Mensalão. “No Mensalão nós temos uma série de empréstimos que nunca são pagos e nunca são efetivamente realizados. Nesse caso nós também temos empréstimos e transferências de valores”, explicou o procurador do MPF Carlos Lima.

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De acordo com as investigações, a contratação da empresa Schain para o aluguel da Sonda Victoria 10000 pela Petrobras foi uma forma de pagar um empréstimos de cerca de R$ 12 milhões tomado por Bumlai em 2004 do Banco Schain. “Nesse caso nós temos já o depoimento do Marcos Valério na época do Mensalão feito ao Procurador-geral da República em que ele conta justamente que a operação das sondas se refere ao empréstimo feito por José Carlos Bumlai”, explica Lima.

Ligação política

O empréstimo, segundo os investigadores, nunca foi pago e teve a influencia direta de ex-tesoureiros do PT e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Para o auditor da Receita Federal Roberto Lima, os empréstimos tinham dois objetivos principais. “Um objetivo principal era ocultar o caminho percorrido pelo recurso entre a origem efetiva do empréstimo e o destinatário final. O segundo é gerar naquele destinatário final, eventualmente que necessitasse, recursos fictícios através de possíveis simulações de empréstimo”, explica.

Apesar da proximidade de Bumlai com Lula, o procurador disse que não há ainda comprovação da participação do ex-presidente petista nessas operações. “Temos aparentemente o nome do ex-presidente usado (nesse imbróglio), sendo citado por Bumlai, existem notícias de que a ordem tenha vindo de cima, mas não há comprovação neste momento de intercessão [de Lula]”, emendou o procurador.

A força-tarefa ainda vai investigar os destinatários finais dos empréstimos investigados.

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