Tempo fechado no Congresso Nacional: para se defender das acusações, empreiteiro fala em “compra da base aliada”| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Petista citado na Lava Jato deixa Itaipu; Transpetro renova licença de presidente

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi exonerado ontem do Conselho de Itaipu Binacional. Embora a saída de Vaccari oficialmente tenha ocorrido "a pedido" dele, o afastamento era um desejo do Planalto porque o tesoureiro foi citado nas investigações da Operação Lava Jato. A cadeira do dirigente petista em Itaipu será ocupada por Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete da Presidência. Já o presidente da Transpetro, Sergio Machado, que também foi citado na Lava Jato, teve sua licença do cargo renovada até 20 de março. A renovação da licença foi autorizada pelo conselho de administração da Transpetro, subsidiária da área de infraestrutura logística da Petrobras. Em depoimento, o ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa disse que recebeu R$ 500 mil de propina das mãos de Machado.

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Dirceu passa a ser investigado pela Lava Jato

A Justiça Federal mandou quebrar o sigilo bancário e fiscal do ex-ministro José Dirceu por suspeita de que ele teria participado do esquema da Lava Jato. A informação foi veiculada ontem no Jornal Nacional, da Rede Globo. A decisão, segundo a reportagem, também vale para o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e para a empresa deles, a JD Assessoria e Consultoria.O Ministério Público Federal (MPF) viu indícios de que a JD recebeu R$ 3,7 milhões, entre 2009 e 2013, de empreiteiras investigadas. Dirceu negou irregularidades e disse que apenas prestou consultoria às empresas.

Estadão Conteúdo

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Preso desde novembro sob acusação de integrar o esquema de corrupção da Petrobras, o vice-presidente da construtora Engevix, Gerson de Mello Almada, acusa o governo federal de "lotear" a administração pública para satisfazer partidos e de usar o dinheiro desviado da estatal para comprar a base aliada no Congresso Nacional.

Por meio de petição apresentada por sua defesa, Almada aponta o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como responsável por "exigir" propinas e "extorquir" empresários.

A petição de defesa da Almada é o primeiro documento produzido por um dos empreiteiros presos na Operação Lava Jato a associar o esquema de corrupção à compra de apoio da base aliada do governo no Congresso. O empreiteiro ainda reconhece indiretamente que pagou propina e tenta colocar os empresários como vítimas.

Interesses escusos

"Não por coincidência, a antes lucrativa (...) Petrobras foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias", diz a petição. "Nessa combinação de interesses escusos, surgem personagens como Paulo Roberto Costa, que, sabidamente, passou a exigir percentuais de todos os empresários que atendiam a companhia. Leia-se, exigir. O que ele fazia era ameaçar, um a um, aos empresários, com o poder econômico da Petrobras. Prometia causar prejuízos no curso de contratos", afirma o documento.

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A petição é a resposta à denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Almada. A defesa dele argumenta que a acusação do MPF não pode ser aceita porque não levaria em conta o "plano de manutenção" do PT no governo federal.

Acusação

O empreiteiro Gerson de Mello Almada foi acusado pelo Ministério Público Federal pelos supostos crimes de criar e integrar uma organização criminosa, formação de cartel e crime contra a lei de licitações. A denúncia foi acolhida, mas o processo ainda não foi julgado pelo juiz Sérgio Moro.