Sexta-feira, 12 de maio. Nove integrantes do crime organizado foram transferidos de presídios para a sede do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), na capital paulista. Começou aí a terrível onda de ataques terroristas promovidos por criminosos comuns a São Paulo. Tiros contra delegacias, ônibus queimados, bombas caseiras a incendiar bancos. Eclodiram rebeliões em 74 presídios do estado, simultâneas, com 360 agentes penitenciários reféns.
São Paulo sofreu este ano três ondas de ataques a alvos civis e públicos, além de uma série de atentados contra agentes penitenciários. Foram 998 alvos de atentados - 362 ônibus incendiados, 122 caixas eletrônicos e bancos atingidos por bombas caseiras e tiros e 352 equipamentos públicos e casas de policiais foram atacados. Nos ataques a ônibus, os passageiros eram convidados a descer pelos bandidos, antes que ateassem fogo.
O saldo foi de 157, mortes, sendo 53 de agentes públicos e civis e 104 de supostos criminosos em confrontos com a polícia.
No dia 15 de maio, o pânico parou São Paulo. Nas outras ondas de ataques, os paulistanos tentaram manter a rotina, apesar da falta de ônibus (as viações recolheram frotas por causa dos ataques incendiários) e do medo.
Segundo a polícia paulista, a ordem dos ataques partiu de dentro das prisões e foi dada pelo crime organizado, comandado pelo criminoso Marcos Camacho, o Marcola, que agora recebeu autorização da Justiça para se casar na prisão .
Em Brasília, a CPI do Tráfico de Armas expôs a facilidade com que advogados transitavam entre o crime e o poder. Maria Cristina Rachado, advogada de Marcola, e o advogado Sérgio Wesley foram acusados de comprar uma gravação de depoimentos de policiais à CPI. Mulher de delegado da polícia paulista, Maria Cristina está presa. Sérgio Wesley continua solto.
O secretário de Administração Penitenciária Nagashi Furukawa, que havia determinado a transferência de cerca de 700 presos ligados ao crime organizado poucos dias antes do início dos ataques, acabou caindo. Foi na gestão dele que o crime organizado se desenvolveu e passou a controlar os presídios, incluindo aí a venda de drogas dentro das penitenciárias.
São Paulo recusou ajuda do Exército no policiamento de rua, mas aceitou equipamentos e serviços de inteligência da Polícia Federal, com a criação de um Gabinete de Gestão Integrada. O Ministério Público denunciou vários líderes do crime organizado pelos atentados. A lista inclui advogados, também denunciados pela CPI do Tráfico de Armas.
Recentemente, a polícia descobriu técnicos de telefonia que vendiam serviços à facção criminosa, 44 postos de combustíveis em poder dos bandidos. Até diretores da bicampeã do carnaval, a Império da Casa Verde, são indiciados por envolvimento com o grupo.
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