O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmou no início da tarde desta terça-feira (22), após encontro com o presidente Michel Temer, que não vai mais comentar as denúncias do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de que ele teria feito pressão para liberar um parecer favorável a um prédio em Salvador (BA) onde comprou um apartamento – o edifício, de alto padrão, está sendo construído no entorno de uma área histórica da cidade. “Esse assunto está encerrado. Como está na Comissão de Ética [da Presidência], não vou mais comentar com a imprensa. Peço que me respeitem”, disse o ministro.
Na segunda-feira (21), a Comissão de Ética decidiu por unanimidade abrir um processo para investigar a conduta do ministro. Nesta terça, Geddel não quis responder se já tinha sido notificado, mas o presidente da Comissão, Mauro Menezes, disse que o ministro receberia o aviso e teria o prazo de dez dias para apresentar sua defesa.
Apoio no Congresso
Geddel também recebeu apoio de peso no Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu nesta terça-feira (22) em defesa da permanência de Geddel na Secretaria de Governo. Segundo Maia, Geddel exerceu papel fundamental na aprovação da emenda constitucional que limitou o teto de gastos do governo na Câmara e será muito importante na votação da Reforma da Previdência.
Maia minimizou a acusação, feita pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de tentativa de tráfico de influência por parte de Geddel. “Geddel tem o apoio do Parlamento, tem a confiança, tem exercido papel fundamental para o governo na articulação política. Nós precisamos que o ministro Geddel permaneça no governo, o papel dele foi vital na vitória da PEC do teto e será fundamental da vitória da reforma da Previdência. É o que tenho ouvido dos deputados”, disse Maia.
O presidente da Câmara disse ter ficado convencido das explicações dadas por Geddel: “Esse é um episódio que aconteceu, tem duas posições [de Geddel e Calero], não é bom. Mas, pela entrevista que Geddel deu, fiquei muito convencido que tem apoio do Temer e tem nosso apoio. Vamos virar essa página, o episódio aconteceu, vamos separar as coisas. Claro que tráfico de influência não é bom, sei que não aconteceu, o parecer indeferido não foi refeito. O governo precisa de tranquilidade e precisa continuar contando com Geddel”.