Os dois principais candidatos ao governo do Paraná neste ano estimam gastar juntos R$ 69 milhões durante a campanha eleitoral, segundo os dados informados pelos partidos políticos ontem à Justiça Eleitoral. Osmar Dias (PDT) estimou gastos de campanha de até R$ 42 milhões. Já a coordenação da campanha de Beto Richa (PSDB) estimou R$ 27 milhões como o montante de despesas até outubro.

CARREGANDO :)

Em 2006, o ex-governador Roberto Requião (PMDB) foi reeleito com gastos de R$ 12,8 milhões. A estimativa de gastos de Osmar é 325% maior e de Beto 209% acima do que Requião efetivamente gastou na sua campanha eleitoral para o mesmo cargo.

O candidato do PV, Paulo Salamuni, informou ao Tribunal Regional Eleitoral no Paraná (TRE-PR) um gasto máximo de R$ 743 mil. O valor é 57 vezes menor que a previsão de despesas de Osmar Dias e 36 vezes menor do que a previsão de gastos de Beto Richa. A reportagem não conseguiu apurar a estimativa de gastos dos demais candidatos ao governo: Luiz Felipe Bergmann (PSol), Amadeu Felipe da Luz Ferreira (PCB), Avanilson Araújo (PSTU) e Robinson de Paula (PRTB).

Publicidade

Ontem foi o último dia para os partidos políticos registrarem os nomes dos candidatos para as eleições deste ano. Junto com a documentação, era necessário informar a estimativa de gasto máximo na campanha de cada um, a declaração de bens de todos os candidatos, além de entregar uma foto para ser usada na urna eletrônica.

Na prática, a estimativa de gastos dos candidatos é superestimada. Como em outras eleições, os partidos declaram uma previsão muito maior do que o volume de despesas real que costumam gastar durante a eleição. Isso porque os candidatos não podem ter despesas acima da previsão informada à Justiça Eleitoral.

Justificativa

Representantes de Richa e Osmar informaram que não pretendem gastar todo o montante de recursos apresentado ontem ao TRE-PR. Os dois ressaltaram que as estimativas são valores máximos.

O coordenador-geral da campanha de Osmar Dias, o ex-governador Mário Pereira, disse que a Justiça Eleitoral impede de apresentar suplementações no decorrer da eleição, por isso é melhor estimar um valor alto para não ter problemas. Segundo ele, isso justifica em parte a declaração de gastos muito maior do que em 2006. "Na eleição passada podia-se suplementar. Tem que colocar uma folga." Outro motivo e o principal deles, é que a candidatura de Osmar espera ter muitas doações. "Muita gente já se manifestou que quer ajudar e isso aumenta a arrecadação", explica.

Publicidade

Já o responsável comitê financeiro da campanha de Richa, Fernando Ghignone, afirmou que o valor é muito maior do que a despesa real ao longo da campanha. "Não quer dizer que vamos gastar isso. Vai se fazer uma campanha com poucos recursos."

Senado

A campanha eleitoral para a disputa das duas vagas ao Senado Federal também será muito mais cara do que em 2006, se depender das estimativas de gastos dos principais candidatos. Em 2006, Alvaro Dias (PSDB) foi reeleito para o cargo de senador, derrotando Gleisi Hoffmann (PT). Na época, os dois gastaram cerca de R$ 1,5 milhão cada um na campanha. Agora, em 2010, a previsão é de despesas de até R$ 15 milhões por candidato, em uma disputa com até quatro concorrentes fortes.

Roberto Requião (PMDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Gustavo Fruet (PSDB) declararam à Justiça Eleitoral que podem gastar até R$ 15 milhões, um montante até dez vezes maior que a média de despesas das campanhas ao Senado em 2006. A reportagem não teve acesso à estimativa do candidato Ricardo Barros (PP) e dos demais concorrentes.

* * * * *

Publicidade

Interatividade

Os altos gastos das campanhas eleitorais dificultam o acesso de pessoas comuns à política? O que é possível fazer para que as campanhas não sejam tão caras?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Publicidade