O senador Aécio Neves (PSDB-MG) assistiu ao discurso da presidente Dilma Rousseff, do meio do plenário da Câmara, durante cerimônia de abertura dos trabalhos do Congresso, mas disse que iria "guardar" seus aplausos para quando a presidente, de fato, implementasse as promessas presentes no discurso.
"Viemos ouvir [o discurso de Dilma] pessoalmente. Respeito muito as boas intenções, mas estou guardando meus aplausos para o momento que essas iniciativas forem implementadas, sobretudo no campo das reformas", afirmou Aécio.
Principal líder da oposição no Congresso, Aécio argumentou que a sua postura de incredulidade tinha como base a experiência registrada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Esse discurso [de Dilma] não é muito diferente daquele que ouvimos há oito anos pelo presidente Lula."
Na visão do tucano, faltou "generosidade" no discurso de Dilma, que não mencionou os outros governos que ajudaram a formar o país. Para Aécio, o discurso da presidente passou a impressão de que o Brasil foi construído nos últimos oito anos de mandato do ex-presidente Lula.
"Gostaria de ter ouvido uma referencia do Brasil de hoje, que não restringisse aos últimos oito anos. O Brasil não foi uma construção feita em oito anos. Se o país se desenvolveu, não foi por obra de um governo, mas de muitos governos. Acho que essa generosidade no início faria muito bem ao país", argumentou Aécio.
O senador mineiro criticou ainda a falta de uma proposta "clara" para o fortalecimento do pacto federativo do país. "Senti ausência de uma referência mais clara sobre a necessidade de fortalecermos a federação no Brasil, reorganizarmos os municípios e estados para serem capazes de enfrentar seus problemas", argumentou.
Além de Aécio, também o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o senador José Agripino (DEM-RN), além de outros parlamentares da oposição acompanharam a leitura da mensagem presidencial.
Reformas
Sobre a intenção do governo, manifestada no discurso de Dilma, de realizar as reformas tributária e política, Aécio afirmou que o governo encontrará sempre disposição da oposição para debater reformas e questões de Estado: "Em torno das reformas e nas questões de Estado o governo pode estar certo de que encontrará sempre disposição da oposição para discuti-las, porque são questões que interessam ao país."
Na avaliação de Aécio, o momento para realizar reformas é "agora, no início do governo". "No campo das reformas, a minha experiência parlamentar como presidente da Casa, ensinou que reformas constitucionais se faz em início de mandato e se faz com iniciativas objetivas. Então acho que agora, com a maioria que o governo tem na Câmara e no Senado, só não fará as reformas se não quiser", analisou.
Dutra defende governo
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, rebateu as críticas da oposição sobre o discurso da presidente Dilma no Congresso. "Numa mensagem presidencial para o Congresso Nacional não tem sentido você dar detalhes do conjunto dos projetos que vão ser encaminhados. Você faz uma explanação geral daquilo que está pretendendo e faz a conclamação do Congresso para buscar essa parceria", afirmou Dutra.
Braga Netto repassou dinheiro em sacola de vinho para operação que mataria Moraes, diz PF
Defesa de Braga Netto diz que provará que não houve obstrução das investigações
Parlamentares de direita e integrantes do governo repercutem prisão de Braga Netto
Da revolução à ruína: a fraqueza original que selou o destino do comunismo soviético