Primeiro peemedebista a romper publicamente com o governo e um dos maiores adversários políticos de Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou sorrindo à reunião na qual seu partido selou o fim da aliança de 13 anos com o PT.
Assediado pela imprensa, Cunha acenou e distribuiu abraços entre os partidários que estavam no plenário. E rapidamente foi chamado a compor a mesa que presidiu a curta cerimônia que oficializou a saída do PMDB da base do governo.
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Leia a matéria completaTudo começou às 15h10. Três minutos depois, o divórcio entre PMDB e PT já era oficial. “Até achei longa”, disse Cunha questionado pela reportagem sobre a duração do ato. “Eu teria feito em um minuto.”
Um dos poucos integrantes da cúpula do partido a comparecer ao ato, Cunha disse que não poderia deixar da participar do evento. “Defendi isso antes de qualquer outro. No dia que acontece eu vou faltar?”, indagou, ainda com um sorriso no rosto.
Decisão tardia
Em entrevista coletiva realizada logo após a reunião partidária que selou a saída do PMDB do governo Dilma, Eduardo Cunha disse que a decisão é tardia, que o PMDB era usado pelo governo, e que o rompimento não tem nada a ver com o impeachment.
“O PMDB foi apenas utilizado nesse tempo todo de aliança para votar as matérias que eles decidiam, nunca para participar de formulação de nada. Não tem sentido de o PMDB ficar sócio de ônus de um governo impopular com medidas que não concordamos”, afirmou o presidente da Câmara.
Adversário declarado do governo desde julho do ano passado, Cunha disse ainda ter sido um erro a adesão à campanha que reelegeu Dilma. “A decisão [de rompimento] é tardia, não deveria ter participado da eleição do segundo mandato, foi um erro.”
O peemedebista rompeu com o governo sob a alegação de que as acusações que pesam contra ele no Petrolão – ele é alvo de um pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara pelo seu envolvimento no caso – não passam de perseguição política por parte do Palácio do Planalto.