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A pressão de ministros e colaboradores do governo ligados ao agronegócio poderá fazer com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancele a viagem programada para Alta Floresta (MT), no dia 19. Está marcado para esse dia o início de um grande mutirão nas 43 cidades que mais desmataram a Floresta Amazônica nos últimos anos. A região, chamada Arco Verde-Terra Legal, foi o local escolhido para o governo iniciar o processo de legalização das terras ocupadas irregularmente na Amazônia.

Segundo auxiliares do presidente, mais uma viagem de Lula com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, poderia ser vista como excessiva proteção ao auxiliar. Nos últimos 15 dias, Minc se envolveu em bate-bocas com ruralistas e três ministros, levou uma advertência do presidente, mas não parou de falar - ao contrário, a cada contato com Lula, proclama que está mais e mais fortalecido.

Como Lula tem entre os componentes de sua base de apoio no Congresso defensores do agronegócio - cuja importância é reconhecida pelo presidente, por ser um dos mais eficientes do mundo e garantir boa parte do superávit da balança comercial -, estes lhe têm dito que carregar Minc para lá e para cá significa arrumar mais confusão.

Como Lula quer que as brigas acabem, até agora não confirmou a ida a Alta Floresta. O adiamento da decisão é visto como um recado para que Minc pare de propagandear um suposto e exagerado prestígio que teria com o presidente. Não significa que corra o risco de ser demitido, mas simboliza, para os auxiliares, que Lula não o protege.

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