As primeiras penas aplicadas pelos ministros do STF nesta quinta-feira (8) a Rogério Tolentino, advogado do empresário Marcos Valério, somam 5 anos e 3 meses pelos crimes cometidos no mensalão. Essas punições consideram os crimes de formação de quadrilha e corrupção de parlamentares no início do governo Lula. Os ministros, no entanto, ainda precisam definir a pena para lavagem de dinheiro.
A defesa de Tolentino fez uma intervenção no julgamento para alegar que o relator, Joaquim Barbosa, errou ao apontar que advogado teria participado das 46 operações de lavagem de dinheiro do grupo."Tendo em vista o tamanho do processo, imagino que houve uma confusão, quando falam em 46 lavagens , mas elas são relacionadas entre SMP&B e Banco Rural. Ele está sendo processado por uma única lavagem. Espero que tenha esclarecido porque está em jogo a vida de uma pessoa", disse o advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva.
A sessão acabou suspensa para o relator conferir como está a denúncia. Ele disse que não lembrava de cabeça, mas que tinha recebido do gabinete a informação de que foi condenado por todas as operações.Pelo crime de lavagem, o relator pediu 5 anos, 3 meses, 10 dias de prisão, além de multa R$ 345,8 mil.
Na discussão do caso de Tolentino, o julgamento quase registrou a primeira prescrição de pena, o que liberaria o réu de cumprir a pena. Inicialmente, o relator, Joaquim Barbosa, propôs para o crime de formação de quadrilha a pena de 2 anos, que estaria prescrita. Marco Aurélio questionou apontando que outros réus do mesmo núcleo publicitário receberam pena maior e foi seguido pelos outros ministros, forçando a revisão do voto do relator.
"Outros corréus desse núcleo foram apenados com 2 anos e 3 meses. não me refiro a Marcos Valério, mas só estou externando a preocupação com o conjunto da obra, como o senhor [Barbosa] sempre ressalta."
Durante a discussão, o presidente Carlos Ayres Britto cometeu um ato falho e chamou o ministro Marco Aurélio de ministro Marcos Valério.
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