Na tentativa de se defender da ofensiva do PT após a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que o partido age “à semelhança de organizações criminosas”.
Segundo ele, a legenda o ataca para disfarçar os seus erros. “[O PT] tem que disfarçar que o seu tesoureiro está preso, que o seu marqueteiro está preso, que o marqueteiro recebeu dinheiro por fora da campanha, enfim, o PT tem que disfarçar os seus malfeitos tentando buscar companhia nos bancos dos réus. PT sempre age assim à semelhança de organizações criminosas”, declarou.
O presidente da Câmara afirmou não ter conhecimento dos novos inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ironizou o “conteúdo secreto” das novas ações. Ele voltou a criticar a celeridade no tratamento do seu processo. “É impressionante a seletividade e a celeridade quando se trata comigo. Deveriam, a Procuradoria-geral da República (PGR), ter a mesma celeridade com os demais investigados que existem lá. Eu não vi nenhuma outra denúncia ser apresentada contra quem quer que seja”, disse.
Cunha desqualificou o depoimento do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmando que não foi apresentada nenhuma prova e que o Conselho de Ética faz “carnaval” com o depoimento. Segundo ele, a acusação de Baiano de que teria entregado R$ 4 milhões ao parlamentar é um fato “mentiroso”, que já foi desmentido por ele através de sua defesa. “Constrangedor é trazerem para cá algo que não tem nada a ver com a representação, visando me constranger, isso já faz parte do processo”, declarou.
O peemedebista voltou a repetir que vai recorrer ao processo e acusou o colegiado de cometer erros propositais. “Não tenha dúvida que eu vou questionar, é óbvio que eu vou, eles fazem de propósito com essa finalidade, a decisão é muito clara.” Questionado sobre a petição entregue na terça-feira (26) pela organização Avaaz pedindo a sua cassação, com mais de 1,3 milhão de assinaturas, Cunha disse que Dilma tem mais assinaturas em seu desfavor.
“Eu acho que tem mais pela saída da presidente, acho que ela está com uns 5 milhões. Fui eleito por 230 mil pessoas no estado do Rio de Janeiro, eu não fui votado fora do meu Estado, é normal, não vejo nenhum problema, eu não enganei a população para obter um mandato pelo Brasil inteiro” criticou.