Procurado pela polícia para explicar a origem de cerca de R$ 80 mil encontrados com ele numa blitz, o sobrinho e até então assessor do deputado federal Aracely de Paula (PR-MG), Emílio Fernandes de Paula Castilho, foi exonerado nesta quarta-feira, a pedido do próprio parlamentar.
Castilho está em Araxá, na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. Segundo a Polícia Civil de Brasília, será enviado um pedido à polícia da cidade mineira para que ele seja intimado e preste depoimento no próprio município.
A polícia quer ouvir o Castilho de novo porque ele se contradisse no primeiro depoimento. O dinheiro está com a polícia e só será liberado se Castilho explicar a origem dele. Mas como ele não procurou a Delegacia de Repressão a Roubos (DRR) desde que foi detido, os investigadores acreditam ele não seja o dono dos recursos. A suspeita é de que ele apenas cumpria ordens.
Desde segunda-feira, Castilho não aparece em seu endereço, um apartamento funcional que pertence à Câmara, na Asa Sul de Brasília. Vizinhos disseram ao jornal "O Globo" que ele divide o imóvel com o tio e chefe, que decidiu exonerá-lo.
- Se os recursos fossem meus eu teria interesse de reavê-los. Não percebemos essa vontade da parte dele - disse Espíndola.
Contradições no primeiro depoimento
Aos poucos, a polícia vai desmontando a versão dada por Castilho no dia em que foi detido. Ele contou que o dinheiro foi obtido com a venda de três carros seus na capital mineira, mas não apresentou documentos dos veículos e não soube dizer suas placas.Também disse à polícia que recebeu o dinheiro em Belo Horizonte pela venda dos carros de um homem chamado Ivan, que não foi localizado. Ele contou ainda que alugou um veículo na sexta-feira para ir até Belo Horizonte.
- Tudo leva a crer que ele saiu de Brasília com a missão de buscar o dinheiro para alguém. Quem, ainda não sabemos, mas a origem do dinheiro pode nos ajudar a descobrir - disse o delegado.
O dinheiro estava numa caixa de Sedex, no porta-malas do Gol dirigido por Castilho. Em depoimento, ele contou que alugou o carro sexta-feira para ir até Belo Horizonte. A locadora em que disse ter retirado o carro, porém, não funciona no endereço indicado por ele. Funcionários do prédio disseram ao jornal "O Globo" que o estabelecimento foi fechado há um ano e dois meses. Localizado pela polícia, o gerente da locadora disse ter vendido o carro a Castilho, e não alugado. Ele também prestará depoimento. A polícia pediu à Receita Federal informações sobre os bens declarados por ele.
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