O advogado do ex-inspetor-geral de fiscalização da Receita Estadual do Paraná Márcio de Albuquerque Lima, disse que seu cliente só deve se manifestar em juízo. A declaração do advogado Douglas Maranhão foi dada na manhã desta segunda-feira (4), após Lima deixar a sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), onde permaneceu em silêncio. A postura é a mesma adotada pelos demais funcionários da Receita presos na Operação Publicano. Lima é acusado de chefiar um esquema de corrupção na Receita Estadual.
Na quinta-feira (30), Lima se recusou a ir ao Gaeco. Nesta segunda, ele foi encaminhado para depoimento por ordem judicial. O ex-inspetor-geral se entregou no 6.º Distrito Policial após ficar quase 50 dias foragido. A prisão de Lima foi decretada em 20 de março, quando foi deflagrada a Operação Publicano.
Em entrevista coletiva concedida nesta segunda, o delegado do Gaeco Alan Flore esclareceu a polêmica sobre a recusa de Márcio de Albuquerque Lima de comparecer ao depoimento. Flore afirmou que não foi pedida uma condução coercitiva para que o ex-inspetor-geral de fiscalização da Receita Estadual comparecesse para depor. “Não é condução coercitiva, essa é uma medida adequada para quem está em liberdade. Ele [Lima] está privado de sua liberdade, está na condição de preso e deve obedecer às regras do sistema prisional”, declarou Flore.
Ele explicou ainda que o Gaeco informou ao juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Katsujo Nakadomari, sobre a recusa de Lima de ir depor e pediu que o juiz determinasse que a Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II) acatasse todas as requisições para que os presos fossem conduzidos para depor. Flore afirmou que dessa vez o auditor fiscal não ofereceu resistência.
Lima é companheiro do governador Beto Richa (PSDB) em provas de automobilismo e ascendeu a inspetor-geral de fiscalização da Receita na gestão do tucano. Segundo o Gaeco, a “organização criminosa” se tornou mais ousada quando Lima ocupou a chefia da fiscalização no estado.
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