O ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM) se entregou nesta sexta-feira (11) à Polícia Federal. Ele era o último dos envolvidos no suborno a uma testemunha do mensalão do DEM de Brasília que ainda não havia se apresentado à PF.
Nesta quinta-feira (10) o Superior Tribunal de Justiça determinou a prisão preventiva de Naves, do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), do ex-secretário de Governo do DF, Wellington Moraes, do ex-diretor da Companhia Brasileira de Energia (CEB), Haroaldo Brasil, e de Rodrigo Arantes, sobrinho e ex-secretário particular de Arruda. Eles são acusados de envolvimento na tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra, para que ele mentisse em depoimento à PF.
Até as 20h desta sexta, Naves era considerado foragido da Justiça e estava sendo procurado pela PF. Ele vai passar a noite na Superintendência e deve ser transferido para o presídio da Papuda neste sábado (12), segundo a assessoria da polícia. Naves teria sido o primeiro intermediário da tentativa de suborno.
Segundo depoimento de Sombra à PF, o ex-deputado entregou a ele um bilhete que teria sido escrito por Arruda. No bilhete, o governador afastado pedia ajuda e dizia, segundo o jornalista, que Naves estava autorizado a intermediar as negociações do suborno. A pedido de Sombra, o ex-parlamentar foi substituído pelo então secretário de governo, Wellington Moraes. Depois, a interlocução foi assumida pelo ex-funcionário da CEB Antonio Bento da Silva.
Bento foi preso em flagrante pela PF na semana passada ao entregar uma sacola com R$ 200 mil a Sombra.
Arruda
O governador afastado deve permanecer preso na sala da Diretoria Técnico-Científico da Superintendência da PF durante o feriado de carnaval. Ele teve um pedido de habeas corpus negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo. O STF só deve decidir em definitivo se libera ou não Arruda a partir da próxima quarta-feira (17), quando Marco Aurélio colocar o pedido de liberdade para a avaliação do plenário.
Na sala onde está preso, Arruda tem uma cama de solteiro, sofá, mesa com cadeiras, TV, banheiro e ar-condicionado. Já Wellington Moraes, Haroaldo Brasil e Rodrigo Arantes foram transferidos para o presídio da Papuda.
Mensalão do DEM
O escândalo de corrupção no DF que culminou com a prisão do governador veio à tona em 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. No inquérito do Ministério Público Federal, Arruda é apontado como o comandante de um suposto esquema de distribuição de propina a aliados. Também é apontados como participante do esquema o governador interino Paulo Octávio (DEM), além de oito deputados distritais e membros do governo.
A prisão preventiva decretada pelo STJ foi justificada pelos ministros da corte pelo fato de Arruda estar "prejudicando as investigações, ao tentar corromper uma testemunha". O presidente do inquérito no tribunal, ministro Fernando Gonçalves, também decidiu afastar Arruda por considerar que ele usava a máquina pública, como governador, para atrapalhar os trabalhos na PF, do MP e da Justiça.
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