Os ex-deputados federais André Vargas (ex-PT, sem partido) e Luiz Argôlo (SD-BA) escolherem como testemunha de defesa ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Não é a primeira vez que um dos acusados no escândalo de corrupção na Petrobras arrolam membros do primeiro escalão do governo Dilma Rousseff para ajudarem na sua defesa. O presidente da UTC, Ricardo Pessoa, apontado como um dos líderes do cartel das empreiteiras, havia arrolado o ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT), mas desistiu.
No início do ano, Cardozo se envolveu em uma polêmica ao admitir ter encontrado com advogados ligados as construtoras investigadas pela força tarefa da Lava Jato. Na época, o ministro confirmou que se reuniu com os representantes da empreiteira – que ele não quis identificar. De acordo com ele, os advogados foram atendidos porque haviam feito um pedido formal de audiência.
A tática de convocar políticos em exercício de mandato ou função executiva tem incomodado do juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações. Em janeiro, por conta do pedido de convocação de Jaques Wagner, o magistrado alertou sobre a possibilidade do uso do processo penal para “constranger” agentes públicos.
“Deve-se ademais prevenir a eventual utilização do processo judicial como forma de gerar constrangimento desnecessário a agentes públicos, o que é sempre uma possibilidade, especialmente em casos rumorosos”, argumentou o magistrado.
O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), preso no mensalão, colocou três deputados que estão sendo investigados no esquema de corrupção da Petrobras como testemunha de defesa: José Otávio Germano (PP-RS), Nelson Meurer (PP-PR) e Waldir Maranhão (PP-MA). Os três foram citados nas delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e na do doleiro Alberto Youssef como destinatários da propina. Eles são investigados em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).
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