Guido Mantega foi ministro nos governos Lula e Dilma entre 2006 e 2015.| Foto: Miguel Schincariol/AFP

O ex-ministro Guido Mantega, que esteve à frente do Ministério da Fazenda nos governos Lula e Dilma, entre 2006 e 2015, foi preso pela Polícia Federal (PF). A detenção ocorreu no âmbito 34ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira (22), e ele deve ser trazido a Curitiba ainda nesta quinta.

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Segundo o advogado de Mantega, José Roberto Batochio, o ex-ministro não estava em casa no momento da chegada da polícia. Ele estava em um hospital, onde acompanharia um familiar durante uma cirurgia. Por isso, os policiais teriam ido até o hospital para encontrar o ex-ministro. O advogado disse que não tem mais detalhes da operação.

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Mantega, segundo a PF, teria participado de um esquema para arrecadar propinas durante a contratação, pela Petrobras, de duas plataformas de petróleo em 2012 (P-67 e P70) para exploração na camada do pré-sal, as chamadas FSPO´s (Floating Storage Offloanding), de consórcio formado pelas empresas Mendes Junior e OSX.

A OSX, que tinha o empresário Eike Batista como presidente do Conselho de Administração, foi alvo da ação. O nome da operação, Arquivo X, é uma referência ao grupo do Eike, cujas empresas traziam o X nas logomarcas. Não há mandados contra o empresário.

Além de São Paulo, policiais cumprem ainda mandados judiciais no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal. São 33 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão temporária e oito mandados de condução coercitiva.

Investigação

Utilizando-se de expedientes já revelados pela Lava Jato, fraude do processo licitatório, corrupção de agentes públicos e repasses de recursos a agentes e partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes da estatal, empresas se associaram na forma de consórcio para obter os contratos de construção das duas plataformas.

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Durante as investigações, verificou-se ainda que, no ano de 2012, um ex-ministro da Fazenda teria atuado diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de partido político da situação.

Esses valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido.

São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, fraude em licitações, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O nome “Arquivo X” dado à investigação policial é uma referência a um dos grupos empresarias investigados e que tem como marca a colocação e repetição do “X” nos nomes das pessoas jurídicas integrantes do seu conglomerado empresarial.