Paulo Bernardo não quis se defender das acusações feitas pelo ex-vereador do PT Alexandre Romano.| Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo

O advogado e ex-vereador petista Alexandre Romano disse em delação premiada dentro da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, que dividia propinas ligadas ao Ministério do Planejamento com o ex-ministro Paulo Bernardo e com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, entre 2010 e 2012. De acordo com ele, os valores eram divididos de formas iguais. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

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Ainda segundo Romano, a partir de 2012 o ex-ministro da Previdência Carlos Gabbas também passou a se beneficiar do esquema. Preso desde 13 de agosto em Curitiba, Romano saiu da prisão no sábado (17) após o acordo de delação premiada e ficará em prisão domiciliar.

Advogado nega que Paulo Bernardo tenha sido citado na Lava Jato

Folha de S.Paulo afirma que Alexandre Romano denunciou propinas a ex-ministro em contrato com a Consist

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De acordo com informações prévias da investigação dentro da Lava Jato, os desvios relacionados ao Planejamento chegam a R$ 51 milhões desde 2010. Foi justamente neste ano que a pasta contratou, sem licitação, a empresa Consist, que avaliava a capacidade dos funcionários do ministério tomarem empréstimos consignados. Paulo Bernardo era o ministro na época.

De acordo com a investigação, a Consist contratava escritórios de advocacia de Curitiba, São Paulo e Porto Alegre, com o valor que a empresa pagava sendo repassado para petistas. E-mail em posso da Polícia Federal mostra que Paulo Bernardo indicava o que deveria ser feito com o dinheiro. Até mesmo um motorista da senadora Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo, foi pago com recursos do esquema.

De acordo com a Folha, Romano é considerado peça-chave da investigação porque era quem recebia o dinheiro da Consist em São Paulo. O esquema envolvendo o Ministério do Planejamento até começou a ser apurado pela Operação Lava Jato em Curitiba, mas o inquérito passou para a Justiça Federal em São Paulo depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o caso não tinha relação com a máfia dentro da Petrobras.

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Como tem foro privilegiado por senadora, o caso de Gleisi está no STF. Já o de Paulo Bernardo, sem mandato, está na Justiça Federal de São Paulo.

Outro delator da Lava Jato, Milton Pascowitch, informou dentro da investigação que a Consist pagou R$ 10,7 milhões para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para conseguir o contrato no Ministério do Planejamento.

Outro lado

Procurados pela Folha de S. Paulo, o ex-ministro Paulo Bernardo e o PT não quiseram se manifestar. O ex-ministro Carlos Gabbas nega ter recebido recursos ilegais. Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado de Vaccari, diz que seu cliente só recebeu doações legais.

A senadora Gleisi Hoffmann disse que nunca recebeu doações da Consist.Advogado de Romano, Antonio Figueiredo Basto nega que seu cliente tenha feito delação.

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