O ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli (PT) classificou como "leviana" a declaração do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sobre o suposto elo entre sua presença no governo baiano e os casos de corrupção na estatal. Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta segunda-feira (20), ACM Neto afirmou que o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), é "uma das últimas pessoas que têm autoridade para falar sobre corrupção", e citou como exemplo a nomeação de Gabrielli, em 2012, como secretário de Planejamento da Bahia.
"Essa nomeação traz para o governo da Bahia essa conexão com o escândalo da Petrobras", disse o prefeito, em referência ás denúncias em apuração na estatal.Em nota divulgada nesta segunda-feira (20), Gabrielli negou que esteja sendo acusado por corrupção durante sua passagem pela presidência da Petrobras (2005-2012) --o episódio mais polêmico de sua gestão foi a aquisição, pela estatal, da refinaria de Pasadena (EUA).
A refinaria foi adquirida em 2005 pelo grupo belga Astra Oil por US$ 42,5 milhões e acabou custando US$ 1,2 bilhão à Petrobras, que comprou metade da refinaria em 2006 e, depois, foi obrigada na Justiça norte-americana a comprar a outra metade, pertencente ao grupo belga. "As discussões sobre economicidade e pertinência das decisões de investimento no caso da refinaria de Pasadena estão em fase de apresentação de defesa, não havendo, portanto, uma conclusão dos órgãos", afirmou Gabrielli.
O ex-presidente da Petrobras disse ainda, em referência a Aécio Neves (PSDB), que as críticas de ACM Neto ao PT na Bahia são "demonstração clara da preocupação do prefeito à eminente derrota do seu candidato à Presidência".
Numa crítica indireta ao prefeito, neto do senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), o petista afirmou que um líder político "pode seguir seus componentes genéticos e optar pelo autoritarismo" ou pode ser um líder "que procura investigar" acusações. "O governador Jaques Wagner, certamente, é o segundo tipo de político", disse o secretário de Planejamento da Bahia.
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