O ex-presidente do BNDES Demian Fiocca disse na manhã desta quinta-feira (3), em depoimento à CPI, que não vê problemas nos empréstimos do banco a empresas brasileiras com obras em outros países. Segundo ele, o BNDES financia projetos que criam empregos no Brasil e não no exterior. “O BNDES financia aquela parte que é exportada, que gera emprego no Brasil”, disse Fiocca.
O economista fez a declaração ao responder uma pergunta do relator, deputado José Rocha (PR-BA), sobre empréstimos do banco a algumas empresas, entre elas a Odebrecht. Fioca disse ainda que a taxa de inadimplência do banco é muito baixa. Para ele, os financiamentos da instituição são importantes para a economia brasileira.
Tesouro
Demian Fiocca, disse também que o BNDES tem capacidade de crescimento sem a necessidade de aportes do Tesouro Nacional. Ele afirmou ainda não ver dificuldades na devolução dos recursos pela instituição ao Tesouro, já que a inadimplência do banco é muito baixa.
“O pagamento de empréstimos anteriores mais os juros e os recursos do PIS/Cofins continuam reforçando a capacidade do banco todos os anos. Os aportes do Tesouro à instituição na década passada tiveram o objetivo de responder à crise internacional, para que o banco fosse um instrumento de reação a essa crise. E eu acho que foi uma política bem sucedida”, afirmou, em depoimento à CPI do BNDES na Câmara dos Deputados.
Questionado pelo relator da CPI, deputado José Rocha (PR-BA) se o banco deveria conceder financiamentos a grandes companhias que têm acesso a crédito em bancos privados, Fiocca respondeu que o BNDES não faz essa distinção entre seus potenciais tomadores de recursos. “A política do BNDES é dar as mesmas condições para todas as empresas. Se uma companhia atendeu às condições exigidas pelo banco, ela tem direito a receber o crédito”, argumentou.
Segundo ele, o perfil de risco dos países para os quais o banco tem realizado operações de crédito para serviços de engenharia em obras de infraestrutura não é alto, já que o banco de fomento nunca deixou de receber pagamentos por nenhum desses empréstimos. “A análise da instituição e de órgãos como a Agência Brasileira de Gestora de Fundos Garantidores (ABGF) se mostrou acertada em todos esses casos”, completou.
O depoimento do economista começou às 9h30. Ele foi presidente do BNDES entre 2006 e 2007 por indicação de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda.
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