Até o senador Fernando Collor (PTB-AL), que na campanha presidencial de 1989 xingou o então presidente José Sarney (PMDB-AP), atribuindo-lhe a autoria de uma manobra que poderia abrir espaço para a candidatura de empresário Silvio Santos, deve ganhar a presidência de uma comissão no Senado. O loteamento dos cargos faz parte do esforço final para garantir a eleição de Sarney à presidência do Senado. Collor deverá ficar com a Comissão de Relações Exteriores
As conversas para ratear os cargos são feitas nos bastidores das campanhas e, não raro, chegam a resultar na promessa de ceder uma única vaga para mais de um candidato. A presidência de uma comissão garante a seu titular o direito de decidir quem vai trabalhar lá, quais projetos entram na pauta, quais saem, se um convite a uma autoridade para prestar explicações vai atrasar ou ser adiantado. O presidente de uma comissão tem, além disso, muito mais chances de aparecer nos meios de comunicação.
Já os lugares na Mesa representam, em termos de barganha, quase um segundo mandato. Do primeiro vice-presidente ao quarto suplente, todos têm direito a uma cota extra de passagens aéreas de correspondências e de um segundo gabinete, preenchido por 11 cargos comissionados, além do pessoal da Casa.
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