A ex-servidora do Ministério da Saúde presa na operação Sanguessuga, que investiga a máfia das ambulâncias superfaturadas, disse em depoimento que 170 parlamentares receberam propina da quadrilha. Maria da Penha Lino passou cinco horas em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, depois de um acordo que pode reduzir sua pena em caso de condenação.

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Eduardo Mahon, advogado de Maria da Penha, disse que ela negou envolvimento com a máfia das ambulâncias, que, segundo investigação da PF, cobrava propina para fazer emendas ao Orçamento que beneficiassem os municípios atendidos pela Planam, empresa que vendia as ambulâncias superfaturadas.

- Ela sabia da participação de um terço da Câmara dos Deputados, mas conseguiu enumerar um pouco menos do que isso, mas não se afastou desse número - disse Eduardo Mahon.

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As comissões teriam um limite

- Da emenda, o deputado chegava a receber de 5% a 20%. Os deputados cobravam 50%, muitas vezes cobravam 100% de cara na liberação da emenda - conta o advogado.

A ex-servidora detalhou até a forma de pagamento.

- Saía do banco, o dinheiro, com determinado motorista, com determinada pessoa, com os donos da Planam, diz ela, e entregavam no Congresso Nacional diretamente pros gabinetes. Esse dinheiro era dividido no blaser das pessoas, eventualmente, que passavam pelo rastreador de metais. Era colocado nas meias, nas cuecas, era escondido em malas, em livros, enfim, e passados pelo rastreador de metal e era entregue para os deputados, diretamente - conta Eduardo Mahon.

O advogado não quis citar o nome de nenhum deputado mencionado no depoimento.

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