Leonardo Meirelles, ex-sócio do doleiro Alberto Youssef, entregou ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal 145 extratos bancários e comprovantes de depósitos de propinas pagas no exterior para beneficiários de fraudes na Petrobras e em outras áreas públicas. Investigadores suspeitam que, de 2011 até março de 2014, Meirelles ajudou Youssef a pagar mais de US$ 140 milhões em propina a políticos e outros agentes públicos no exterior.
Entre os supostos beneficiários da propina pode estar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em um dos depoimentos da delação premiada este ano, Youssef disse que recorreu a Meirelles para pagar US$ 2 milhões ao lobista Fernando Baiano.
O dinheiro teria como destinatário final, segundo o doleiro, o presidente da Câmara. Cunha, que nega, é acusado de receber US$ 5 milhões para facilitar a compra de dois navios-sonda da Samsung Heavy Industries pela Petrobras.
Meirelles entregou comprovantes de pagamentos na China, nos Estados Unidos, na França, em Liechtenstein e Israel, entre outros países. Ele entregou os documentos numa ação conjunta com o irmão Leandro Meirelles. Os dois estão negociando acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato. O advogado Reginaldo de Castro, um dos responsáveis pela defesa de Cunha, diz que as acusações de Youssef não têm credibilidade. Ele diz que não há vínculos entre o deputado e a movimentação de dinheiro de Meirelles.
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