Atualizado em 07/11/2006 às 20h50
Em nota divulgada nesta terça-feira, a empresa americana ExcelAire, dona do Legacy que se chocou com o Boeing 737-800 da Gol no dia 29 de setembro, responsabiliza os controladores de vôo brasileiros pelo acidente. Na nota, a empresa expressa sua solidariedade com as famílias das 154 vítimas, mas afirma que é cedo para ações indenizatórias. Nesta terça, um grupo de dez parentes de vítimas entrou com ação na Justiça Federal americana contra a ExcelAire e a Honey Well , fabricante do transponder que equipava o jatinho. O equipamento emite sinais que permitem a identificação de uma aeronave por outra.
Na nota, o advogado Robert Torricella diz que os processos judiciais "são prematuros, pois as investigações ainda estão em andamento, e não há uma conclusão oficial". Torricella afirma que, "face às novas confirmações de que a torre de controle autorizou o jato executivo da ExcelAire a voar até Manaus a 37.000 pés, as acusações de que os pilotos voavam na altitude errada não procedem". A ExcelAire diz ainda que, de acordo com as normas internacionais de aviação, as diretrizes passadas pela torre de controle se sobrepõem ao plano de vôo escrito.
"O que orienta a condução do vôo é o plano de vôo autorizado pela torre de controle no momento da decolagem", diz Torricella na nota.
O advogado afirma que, "como o plano de vôo passado pela torre de controle no momento da decolagem ordenava que o Legacy voasse todo o percurso até Manaus a 37.000 pés, o correto é que a aeronave seguisse essas orientações. À medida que as conclusões da investigação forem apresentadas, estamos certos de que os pilotos da ExcelAire serão absolvidos".
A ExcelAire afirma na nota que se prontificou desde o início a cooperar com as investigações em curso no Brasil, e lembra que os pilotos da companhia estão retidos no país há mais de cinco semanas porque "seus passaportes continuam apreendidos devido à paralisação das investigações".Advogado americano que atende parentes das vítimas pode ser preso
O advogado Charles B. Musslewhite, que atende outro grupo de famílias das vítimas, está sendo acusado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Espírito Santo de exercício ilegal da profissão . O advogado americano teria publicado anúncios oferecendo seus serviços no Espírito Santo, o que é proibido pelo Conselho Federal da OAB, e pode ser preso se insistir em realizar uma reunião com familiares das vítimas do acidente. O caso foi denunciado nesta segunda-feira ao presidente nacional da OAB, Roberto Busato, e ao procurador da República interino em Cachoeiro de Itapemirim, José Nilso de Lírio.
De acordo com o emissário do advogado americano, Amim Sucre Zeituni, a captação de clientes e a abordagem feita por advogados estrangeiros não é ilegal nos Estados Unidos.
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