O chefe de Estado Maior da Brigada Pára-Quedista, coronel Carlos Barcelos, informou na noite desta terça-feira, que os dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel do Exército no último dia 3, foram encontradas. O coronel não informou em que local o armamento foi localizado, mas garantiu que não foi na Favela da Rocinha, onde o Exército fez operação todo o dia. À tarde, o Disque-Denúncia chegou a oferecer uma recompensa de até R$ 10 mil por informações que levassem ao esclarecimento do roubo.

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Nesta terça-feira, cerca de 200 homens do Exército ocuparam a Rocinha, em São Conrado. Duas pessoas ficaram feridas na operação: um morador e um pára-quedista da tropa. O morador, identificado como David Gomes de Oliviera, levou um tiro na perna, em circunstâncias ainda não esclarecidas. E o militar atirou no próprio pé, por acidente. Os dois foram levados para o Hospital Miguel Couto, no Leblon.

A operação durou pouco mais de sete horas. A tropa se retirou no fim da tarde. Pela manhã, os militares passaram em comboio pelas ruas Jardim Botânico e Marquês de São Vicente. Eles chegaram à Estrada da Gávea por volta das 10h30m. Traficantes da localidade do Terreirão fizeram disparos para o alto e houve queima de fogos quando os soldados entraram na comunidade. À tarde, foram ouvidos mais disparos e a explosão de uma granada.

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Bandidos da Rocinha acompanharam a movimentação dos soldados de pontos altos do morro (foto abaixo). Os traficantes zombaram da ação do Exército depois que militares jogaram de helicóptero panfletos explicando a presença na comunidade e pedindo apoio à população. Os marginais, que se comunicavam por radiotransmissores, liam e riam do que estava escrito nos panfletos.

Dois carros blindados da Polícia Militar deram apoio à operação do Exército na favela. Um prédio da prefeitura, em São Conrado,foi usado como base pelos militares. Ônibus e vans não puderam circular na favela e os moradores tiveram que subir o morro a pé. Pessoas foram revistadas no Largo do Boiadeiro. O presidente da Associação de Moradores União Pró-Melhoramento, William Oliveira, contou que a chegada dos militares provocou alguns sustos. Segundo ele, no momento da ocupação cerca de 200 crianças participavam de um projeto social-esportivo na entrada da Rocinha:

- Houve corrreria e os moradores ficaram assustados.

Busca também na vizinhança da Vila Militar

Os militares também fizeram operação nesta terça na favela Curral das Éguas, em Magalhães Bastos, perto da Vila Militar, na Zona Oeste da cidade (foto ao lado). Cerca de 300 homens, com apoio de seis blindados M-113, chegaram pela manhã e deixaram a comunidade às 13h. Os soldados cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, mas só encontraram, escondidos em tijolos num muro, material para embalar drogas e algumas poucas balas de calibre 5.56 (diferente do usado nas armas roubadas). Não houve confronto com traficantes, que ficaram monitorando de longe a ação das tropas. Policiais da 33ª DP (Realengo) deram apoio.

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Nova fase começou na Maré e no Dendê

Na nova fase da operação para recuperar armas roubadas de um quartel no dia 3, o Exército troca as ocupações prolongadas da Operação Asfixia por ações pontuais, de inteligência, com base em informações e investigações, o que dá mais mobilidade às tropas. Na segunda-feira, soldados do Exército fizeram uma operação na favela Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, que durou cerca de três horas. Dois tanques ficaram posicionados na Linha Vermelha, uma das principais vias de acesso à cidade. Uma das faixas da via expressa, no sentido Centro, chegou a ser interditada. Também na segunda homens do 3º Batalhão de Infantaria de São Gonçalo cercaram o Morro do Dendê, na Ilha do Governador.